Um dos principais cereais produzidos e consumidos no mundo, o milho (Zea mays L) possui sua origem na América do Sul, e constituiu a base da alimentação de várias civilizações históricas como os Maias, Incas e os Astecas. Já em terras brasileiras este cereal, esteve presente na dieta dos índios guaranis e foi fortemente incorporado aos hábitos alimentares brasileiros após a colonização portuguesa.
O milho destaca-se por ser um alimento energético, já que é fonte de carboidrato, em especial o amido e por ser rico em fibras alimentares, que auxiliam no bom funcionamento do intestino e no controle do colesterol. Este cereal também é rico em carotenoides em especial a luteína um potente antioxidante que atua na prevenção da catarata e outras doenças oculares degenerativas. Além disso, o milho possui em sua composição vitamina E, fósforo, potássio cobre, magnésio, zinco. Ressalta-se também que o milho fornece quantidades moderadas de vitaminas do complexo B, como a tiamina, riboflavina e o ácido pantotênico.
Com relação às proteínas, o milho apresenta uma quantidade significativa deste nutriente, cujos teores chegam a aproximadamente 9,5%, porém a proteína do milho é deficiente em dois aminoácidos essenciais, indispensáveis à saúde humana: a lisina e o triptofano. Este último aminoácido é fundamental para a formação de uma substância chamada serotonina, responsável pela sensação de bem-estar e otimização das funções cognitivas, como a melhora da atenção e aprendizagem.
Existem relatos de que indivíduos que consumiam uma dieta exclusiva a base de milho e consequentemente pobre em niacina e triptofano desenvolviam a Pelagra, uma doença caracterizada por lesões na pele, além de importantes alterações psicológicas provenientes da deficiência de triptofano. Algumas das principais fontes dietéticas de triptofano são as carnes magras, peixes, iogurte leite, soja e a banana.
É válido ressaltar que apesar do milho ser um alimento pobre em triptofano não deve ser excluído da dieta, já que é uma importante fonte de carboidrato, fibras e antioxidades, além de ser um alimento versátil, podendo ser consumido cozido, na forma de pipoca (o ideal é que seja preparado com pouquíssima ou nenhuma gordura) e em diversas preparações.
Nutricionista: Luiza Maria Pinheiro Cipriano
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