Aprendendo a reconhecer o verdadeiro chá

Basta ir a empórios ou casas especializadas para se deparar com uma imensa variedade de chás. O que muitos não sabem é que chá é o nome dado à infusão realizada proveniente de apenas uma planta, a Camelia sinensis.  As demais bebidas feitas a partir da infusão de outras folhas ou frutas também são popularmente conhecidas como chá, mas não o são… Vamos explicar melhor essas definições.

O chá verdadeiro é apresentado em quatro tipos, que dependem do processamento utilizado nas folhas: chá preto, chá oolong, chá verde e chá branco.

Chá Preto: é o mais popular na cultura ocidental. Este chá é produzido pela fermentação das folhas através de sua oxidação intensa. Esse processo é o responsável pelo teor mais elevado de cafeína e sabor mais forte em relação aos demais chás.

Chá Oolong: é caracterizado por uma semifermentação, e sua oxidação é variável, ficando entre o chá preto e o verde.

Chá Verde: é o tipo de chá mais popular no oriente. Este é caracterizado por sua oxidação mínima e, consequentemente, teor reduzido de cafeína. É o tipo de chá que reúne a maior quantidade de estudos científicos devido às alegações de suas propriedades benéficas.

Chá Branco: produzido a partir de folhas mais novas e tenras, não sofrem oxidação e é considerado um subtipo de chá verde, graças a sua semelhança de produção. Alguns dos efeitos benéficos presentes no chá verde também podem ser encontrados no chá branco.

Tisanas: a este grupo pertencem todas as infusões em água quente que não provêm da Camelia sinensis. Dentre as ervas mais conhecidas estão: erva mate, erva-doce, hortelã, camomila, erva-cidreira, alecrim, boldo, capim-limão, flor de alfazema e tomilho.

Vale lembrar que muitas destas infusões possuem alegações de efeitos medicinais. Entretanto, a maior parte delas não possui comprovação científica, sendo os efeitos terapêuticos do chá mais estudados e claros.

Chá verde, como escolher e potencializar as ações nutricionais

Comercialmente encontramos o chá de saquinho, com as folhas secas ou as cápsulas, as duas apresentações, têm o mesmo efeito e mantém suas propriedades nutricionais.

Os chás de saquinho funcionam da mesma maneira que as folhas, porém eles podem conter outras partes da planta, como pequenos pedaços do talo e sementes, o que diminui os efeitos desejados, além de não revelar o real aroma e sabor da bebida.

Os produtos comerciais, em formato longa vida, possuem baixa concentração de antioxidantes e o seu consumo necessário esta relacionado a um grande volume diário, impraticável, do ponto de vista prático.
Alguns trabalhos indicam a utilização de água na temperatura em torno de 80 graus, evitando a utilização de água fervente. Com esse cuidado, estaríamos preservando os antioxidantes e aumentando o aroma.

Os estudos científicos sobre o chá verde são bastante diversificados quanto à metodologia e resultados, porém, o que mais se observa, é que os efeitos benéficos e protetores do chá se manifestam com o consumo de cinco ou mais xícaras por dia.
Além da quantidade, a ingesta diária, por longo tempo, esta associada ao desenvolvimento das ações protetoras.

O consumo de até vinte xícaras de chá verde por dia pode ser considerado seguro.

Não há dados na literatura sobre a quantidade máxima de consumo dos chás encapsulados, no entanto, devemos observar a origem do produto e a sua credibilidade comercial.

Chá verde por infusão, em saquinho ou em capsula?

O chá verde é obtido das folhas frescas da erva Camellia sinesis. Possui alta quantidade de catequinas os famosos antioxidantes (flavonóides).

A aplicação clínica do chá verde é bastante estudada principalmente devido à sua propriedade antioxidante, principalmente na prevenção das doenças cardiovasculares, alguns pesquisadores tentam associar o consumo de chá verde com a chance do desenvolvimento de diversos tipos de cânceres e o envelhecimento cutâneo.

O chá de saquinho industrializado, bem como, como as folhas secas ou as cápsulas têm o mesmo efeito e mantém suas propriedades nutricionais.
Os chás de saquinho funcionam da mesma maneira que as folhas, porém eles podem conter outras partes da planta, como pequenos pedaços do talo e sementes, o que diminui os efeitos desejados, além de não revelar o real aroma e sabor da bebida.
Os chás em cápsulas, difundidos internacionalmente e facilmente encontrados nas farmácias, devido ao fato de serem mais concentrados, devem ser consumidos moderadamente, principalmente em pessoas com distúrbios cardiovasculares como arritmias e alterações gastrointestinais, como gastrites e ulceras.

Os efeitos benéficos e protetores do chá se manifestam com o consumo acima de cinco ou mais xícaras por dia, a doção de açúcar ou outros tipos de adoçantes não aumenta ou diminui as características funcionais da preparação..
Além da quantidade, outro fator importante é o tempo de ingestão necessário para a efetivação das ações nutraceuticas. O consenso entre pesquisadores esta na inserção do hábito de consumo diário e por longo período.

Quanto à quantidade máxima, o consumo de até vinte xícaras de chá verde por dia é considerado seguro. Não há dados na literatura sobre a quantidade máxima de consumo dos chás encapsulados.

Os compostos fenólicos do chá também são considerados antinutrientes, pois diminuem a digestibilidade protéica, nesse aspecto, o consenso científico é fraco, mas essa ação é observada em alguns importantes estudos internacionais. Portanto, seu consumo deve ser evitado junto às grandes refeições.

 Fontes:
www.nutritotal.com.br, acesso em 12/10/2010
www.nutricaoclinica.com.br, acesso em 29/11/2011

Chá verde, existem verdades ou são só mitos?

Pesquisas científicas  realizadas nos Estados Unidos e Europa comprovam os benefícios do chá verde. Esta bebida tem origem da planta Camellia sinensis, que também dá origem ao chá preto. Como o chá preto sofre fermentação, o poder terapêutico não é o mesmo do chá verde e com isso, parte dos princípios ativos são eliminados. Esta erva conhecida há mais de 5 mil anos pelos orientais, vem ganhando destaque no cenário científico mundial devido aos seus inúmeros benefícios a saúde, dentre eles :

– diminuição dos níveis de colesterol ;

– ação antiinflamatória ;

– ação antidepressiva ;

– suplementação de vitaminas e minerais ;

– efeito anti- carcinogênico ;

– perda de peso ;

– fortalecimento do sistema imunológico.

 Um trabalho realizado na Universidade de Nagayama, no Japão, mostrou que o consumo diário da infusão reduz em 30 % os riscos de AVCs na terceira idade.

Outro estudo realizado na Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, compara o chá verde com o vinho tinto no que diz respeito aos benefícios coronarianos e o resultado surpreendeu os pesquisadores : a bebida dos orientais é mais eficaz que o vinho tinto devido a uma substância chamada EGCG.

No que diz respeito a ação antioxidante, os resultados foram igualmente surpreendentes : quando comparados a outros antioxidantes, o chá verde mostrou uma eficiência 100 % maior que a vitamina C e 25% maior que a vitamina E.

Um trabalho publicado no American Journal of Clinical Nutrition demostrou que o chá verde é mais estimulante que o café. Outra pesquisa realizada na Universidade de Genebra, na Suiça, mostrou que os polifenóis aumentam a queima calórica e o gasto energético total, podendo ser indicado para perda de peso.

A dose recomendada é de 1 litro por dia, não devendo ser ultrapassada, pois o excesso pode causar efeitos colaterais como: insônia, pirose, manchas nos dentes. Para os pacientes que não toleram as infusões ou não se adaptam ao sabor do chá, existem cápsulas com o extrato da planta ou o chá misturado com frutas secas, proporcionando melhor palatabilidade.

 Fernanda Di Cunto – Nutricionista Clínica