Vamos colocar a carne de molho?

 

carnes-processadasNesses últimos dias, um relatório da OMS – Organização mundial da saúde, elaborado pela IARC – Agencia Internacional de Pesquisas em Câncer, comunicou a relação direta entre desenvolvimento de câncer e consumo de carnes.

Em um trabalho, coletando resultados de 20 anos de pesquisas, em torno de 800 estudos, 22 especialistas independentes ao redor do mundo, concluíram que o consumo de qualquer tipo de carne processada pode aumentara chance de desenvolvimento de câncer em 18%, principalmente o câncer colo retal.

A carne processada foi inserida no nível I de relação direta com doenças, nível mais elevado, ao lado de fumo, asbesto, radiações solares, álcool e outros. Já a carne vermelha in natura, foi colocada como “ provavelmente cancerígena.”

O consumo necessário, para o desenvolvimento de câncer, estaria em torno de 50 gramas de carne processada por dia e por muitos anos. Por outro lado, informes de um instituto internacional relacionado a prevenção e pesquisas em saúde, o Gobal Burden of Disease Project, o consumo der carnes processadas é fator determinante no desenvolvimento de câncer colo retal em 34 pessoas ao redor do mundo anualmente (2014/2015).

O consumo de carne in natura, principalmente aquelas preparadas diretamente nas chapas e grelhas ou submetidas a óleos com alta temperatura, seria cancerígeno devido a formação e liberação de aminas e hidrocarbonetos aromáticos, reconhecidamente cancerígenos.

Por fim o consumo das diversas carnes, responsável pela sobrevivência e evolução da humanidade cai na berlinda, não somente pelo consumo puro, mas certamente pelo aumento excessivo desse consumo e pela ampla utilização de conservantes e outras substancias químicas envolvidas nos processos de conservação.

O bom senso nos leva a pensar no equilíbrio, moderação e criteriosa análise das comunicações.

 

 

A necessidade da adição de nutrientes nos alimentos

 

 

balanca 261x199xsuplementos.jpg.pagespeed.ic.lkx16Ejs11A alimentação não diz respeito apenas ao consumo de alimentos, mas à ingestão de nutrientes que influenciam o bem-estar e a saúde. Uma alimentação saudável é aquela que atende todas as necessidades do organismo, que deve ser colorida, equilibrada, variada, segura e saborosa, além de respeitar os hábitos alimentares e tradições de cada pessoa. Por meio dos alimentos, garantimos a oferta de nutrientes importantes para nossa saúde. A eficiência com que um nutriente ou componente da dieta é utilizado pelo organismo, chama-se biodisponibilidade de nutrientes.

Alguns fatores podem influenciar nesta biodisponibilidade como a eficiência da digestão, alimentos consumidos ao mesmo tempo que podem interferir na absorção, método de preparo (cru, cozido ou processado), hábitos alimentares inadequados, entre outros. Todos estes elementos interferem diretamente na qualidade e quantidade dos nutrientes no organismo. A falta de alguns nutrientes pode causar doenças e, para prevenir ou recuperar essa carência, existem duas opções que podem ser utilizadas para supri-la: a fortificação e a suplementação.

A fortificação ou enriquecimento é um processo no qual é acrescentado um ou mais nutrientes ao alimento, e seu principal objetivo é reforçar o valor nutritivo para prevenir possíveis deficiências nutricionais. É muito utilizada como recurso na prevenção das carências nutricionais em muitos países, por exemplo, no Brasil as farinhas de milho e de trigo são fortificadas com ácido fólico. Os micronutrientes mais utilizados para fortificação são: ferro, ácido fólico, vitamina D e entre outros. A fortificação é muito importante, pois é utilizada para suprir e garantir a ingestão adequada de nutrientes, e também uma opção para a saúde pública de baixo custo e efetiva a curto, médio e longo prazo para a prevenção de doenças.

Uma outra opção de suprir as necessidades de nutrientes é por meio da suplementação, que é utilizada para complementar ou suprir algumas deficiências nutricionais, por exemplo, no caso da anemia por deficiência de ferro, a suplementação com este nutriente pode ajudar no tratamento da doença. É importante lembrar que a escolha dos suplementos deve sempre ser feita com a orientação de um profissional da saúde, como nutricionista e médico.

A adição de nutrientes em alimentos é muito importante para ajudar no tratamento e prevenção de deficiências e também para garantir a ingestão recomendada. A fortificação e a suplementação são duas alternativas para suprir ou garantir as necessidades de nutrientes. É muito importante ter uma alimentação equilibrada e, sempre que necessário, a ajuda de um profissional da saúde, como um nutricionista, que poderá orientar as melhores condutas.

Autora: Nutr. Marcela Samtos

Referências:
Brasil. ministério da saúde. Secretaria de atenção à saúde. Departamento de atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira / ministério da saúde, secretaria de atenção à saúde, departamento de atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: ministério da saúde, 2014. 156 p.: il.

Whitney, Ellie – Nutrição, vol. 1: entendendo os nutrientes / Ellie Whitney, Sharon Rady Rolfes; tradução All Tasks. – São Paulo: Cengage Learning, c2008. 332p.

Marques MF, Marques MM, Xavier ER, Gregório EL – Fortificação de alimentos: uma alternativa para suprir as necessidades de micronutrientes no mundo contemporâneo – HU Revista, Juiz de Fora, 2012;38(1):79-86.

 

Especiarias Brasileiras, um mundo a descobrir

 

 

Le_livre_des_merveilles_de_Marco_Polo-harvesting pepperAs famosas especiarias, motivo das grandes viagens que resultaram nos descobrimentos do novo mundo e na expansão das fronteiras comerciais da Ásia e Oriente, podem ser novamente valorizadas ao avaliarmos algumas sementes das florestas brasileiras.

Pimenta de macaco
Com aspecto semelhante a pimenta do reino, baixo grau de ardência e perfume que não perdura por muito tempo. Deve ser triturada de forma semelhante a pimenta do reino e aplicado sobre os pratos minutos antes de comer.

Puxuri
Com aroma adocicado, lembra uma mescla de cravo e canela, possui ainda um fundo de frescor, que lembra ao longe o anis estrelado. Adequado para temperar carnes gordurosas

Cumari
Uma das mais famosas sementes da região amazônica, um forte aromatizador, pode substituir a baunilha em doces e bebidas. Rotineiramente é usada de forma semelhante às favas de baunilha, aromatizando leites no pré preparo de pudins.

Embiriba
Possui aromas e sabores complexos, mescla de doce e picante, usado no preparo de doces e em líquidos para mistura. Deve ser triturada e misturada aos alimentos, ou em saches para incrementar sabores residuais .

Açaí e Guaraná, da região amazônica para campeões da saúde

 

acaiO guaraná já é velho conhecido dos brasileiros, o Açaí é o “popular” produto das academias, mas agora juntos em sucos e refrigerantes pretendem dominar o mercado da hidratação natural.

Açaí

O açaizeiro é uma palmeira nativa da região amazônica, seu fruto, o açaí, é seu principal produto, muito utilizado para obtenção de polpa. É muito presente na alimentação de estados como Pará, Amapá e Maranhão. Sendo o Pará o maior estado produtor de açaí do Brasil.

É rico em antocianinas (composto fenólico), pigmento responsável por sua coloração avermelhada, que tem propriedades anti-inflamatória, antimicrobiana e anticarcinogênica. Além disso, ajuda a prevenir a oxidação de LDL, possuem fitoesterois, como o β-sitosterol. Também tem um potencial antioxidante, prevenindo doenças cardiovasculares.

É um alimento muito rico e energético, possui fibras e ácidos graxos mono e poliinsaturados em sua composição, minerais como fósforo, manganês e sódio; e vitaminas E e B1. Para consumo é mais difundido na forma de polpa, também utilizada para obtenção do suco, também pode ser utilizado para produção de doces, geleias e sorvetes.

 Guaraná

O guaraná é fruto do guaranazeiro, uma planta nativa da região da bacia Amazônica, muito comum no Brasil, apresenta flores, folhas e o fruto com semente. Ele contém em sua composição purinas alcaloides, como a teofilina, a teobromina e a guararina, esta por sua vez, é uma substância química com as mesmas características da cafeína. Devido a este fator, o guaraná, possui propriedade estimulante e consequentemente, ajuda a reduzir a fadiga, aumenta a agilidade e é um auxílio ergogênico para atividades físicas e esportivas. Possui benefícios nutricionais similares aos da cafeína.

A semente do guaraná contém compostos fenólicos, que possuem atividade antioxidante, ajudando na diminuição de doenças cardiovasculares. Devido a presença de taninos e saponinas, possuem também, propriedades psicoativas, melhoram o desempenho em tarefas que exigem mais atenção.

Recentemente alguns estudos feitos com camundongos demonstraram que o guaraná pode ter efeito anticarcinogênico em metástase de pulmão nos animais. Os animais tratados com guaraná apresentaram redução de quase 70% na área tumoral comparado ao grupo controle que não foi tratado com guaraná. Lembrando que estes estudos foram feitos em animais.

O guaraná pode estar na forma de sucos, pó e cápsulas, também pode ser ingrediente para fabricação de refrigerantes e xaropes.

Referências:

Nogueira AKM – As tecnologias utilizadas na produção de açaí e seus benefícios socioeconômicos no Estado do Pará. / Ana Karlla Magalhães Nogueira. – Belém, 2011. 73 f.:il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade Federal Rural da Amazônia, 2011. Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais.

Burke LM, Stear SJ, Lobb A, Ellison M, Castell LM. A-Z of nutritional supplements: dietary supplements, sports nutrition foods and ergogenic aids for health and performance-Part 19. Br J Sports Med. 2011;45(5):456-8.

Martins CA. Avaliação da atividade antioxidante in vitro e in vivo do guaraná (Paullinia cupana) em pó. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; 2011.

Campos MP, Riechelmann R, Martins LC, Hassan BJ, Casa FB, Del Giglio A. Guarana (Paullinia cupana) improves fatigue in breast cancer patients undergoing systemic chemotherapy. J Altern Complement Med. 2011;17(6):505-12.

Menezes SEM, Torres AT, Srur AUS – Valor nutricional da polpa de açaí (Euterpe oleracea Mart) liofilizada. Acta Amazonica, vol. 38(2) 2008: 311 – 316.

Souza MO, et.al. The hypocholesterolemic activity of açaí (Euterpe oleracea Mart.) is mediated by the enhanced expression of the ATP-binding cassette, subfamily G transporters 5 and 8 and low-density lipoprotein receptor genes in the rat. Nutr Res. 2012 Dec; 32(12):976-84

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Açúcar também vem da Beterraba

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A beterraba é da espécie Beta vulgaris é pertencente à família Quenopodiacea, originária das regiões do Atlântico Norte na Europa e África do Norte. A planta é bienal, cuja parte comestível é uma raiz tuberosa de cor vermelho- arroxeada devido à presença de betalaínas (ação antioxidante), possuí formato globular e sabor acentuadamente doce. A beterraba vem se destacando entre os vegetais por suas propriedades nutricionais, contém vitaminas E e do complexo B, minerais como potássio, sódio, ferro, cobre e zinco, fibra e é uma ótima fonte de carboidrato. 1

Nas últimas duas décadas houve um crescente aumento no interesse comercial do açúcar da beterraba na aplicação industrial como substituto da sacarose em processamento de alimentos, sendo utilizado como adoçante dietético, cariogênico chamado de Isomaltulose um dissacarídeo (glicose + frutose) redutor, obtida por conversão enzimática microbiana a partir da sacarose, pela enzima glicosiltransferase, também conhecida como sacarose isomerase e isomaltulose sintase 3,2

A Isomaltulose é um carboidrato de baixo índice glicêmico, pois é hidrolisada lentamente pelas enzimas intestinais, permitindo uma liberação lenta de glicose einsulina, resultando em um baixo efeito sobre a glicemia, sendo recomendada para aplicação em alimentos e bebidas destinados aos diabéticos. 3,4,5

O primeiro relato da obtenção da isomaltulose foi em 1957, quando Weidenhagen e Lorenz relataram a conversão de sacarose em um novo e desconhecido dissacarídeo, isolada a partir de subprodutos de açúcar de beterraba. O dissacarídeo foi identificado como isomaltulose e nomeado como palatinose, derivado de “palatinum”, nome da província alemã onde o dissacarídeo foi encontrado. 3

O Isomalte é produzido por hidrogenação da isomaltulose. A doçura relativa do isomalte é cerca de 50% da sacarose e apresenta sabor agradável similar ao da sacarose, O isomalte não deixa sabor residual e tem sido utilizado também como açúcar dietético em produtos de confeitaria, gomas de mascar, bebidas carbonatadas e sobremesas.  O Isomalte quando combinado com outros adoçantes de doçura intensa como acesulfame-K, aspartame, ciclamato e sacarina tende a mascarar o sabor amargo metálico residual desses adoçantes, tornando o sabor mais agradável ao paladar. 3

Autora Nutr. Joyce C. Maia de Amorim

1  ALVES, A.U et al. Desenvolvimento e estado nutricional da beterraba em função da omisão de nutrientes. Hortic. Bras. [online]. 2008, vol.26, n.2, pp. 292-295.
2 GOSTNER,et al, Intestinal Digestibility of Isomaltulose (Palatinose ) in patients with ileostama. Z Gasfroenfero/ 2006; 44: 1073-1094, p.18
3 KAWAGUTI, H.Y, SATO, H.H. Produção de isomaltulose, um Substituto da sacarose, utilizando glicosiltransferase microbiana . Quím. Nova . 2008, vol.31, n.1, pp 134-143.
4 Universidade de Sidnei, Índice Glicêmico da Isomaltulose, (2002), publicado no banco de dados do GI. Acesso em: http://www.glycemicindex.com    3
5 Wanmeng, M, Wenjing Li, et al. Current studies on sucrose isomerase and biological isomaltulose production using sucrose isomerase. Applied Microbiology and Biotechnology, August 2014, Volume 98, Issue 15, pp 6569-6582

O idoso feliz e com saúde passa muito perto do alimento correto

idoso-feliz-1024x859 idosos-felizes 12.01.09-centro_lazer_feliz_da_vida-divulgação-8O Brasil, nos últimos 60 anos observou a população com idade superior a 60 anos sair de 5% para 10% do total de habitantes.
No entanto, nos próximos 40 anos a população idosa atingirá 30% da população brasileira, em 2050 o número de brasileiros acima de 60 anos será cerca de 70 milhões de pessoas.
Para muitos planejadores públicos, envelhecimento populacional significa aumento de idosos frágeis, solitários e via de regra isolados em instituições focadas na terceira idade, mas com custeio elevado e financiamento inexistente.
Nesse aspecto, a nutrição adequada assume papel relevante, não só prevenindo doenças, mas também atuando de forma contundente na qualidade de vida e na melhoria da saúde.
No entanto, a alimentação e nutrição adequada não é suficiente para inserir qualidade de vida e longevidade nesse grupo etário,  atividades lúdicas, socializantes e geradoras de maior força muscular também devem ser estimuladas.
Pontos cruciais no planejamento nutricional para a terceira idade:
Fatores e restrição
Redução no consumo de Sal / Sódio.
Restrição ao consumo de gordura saturada.
Redução do consumo de carboidratos, principalmente os chamados simples e ultra processados.
Redução do consumo calórico global

Fatores de melhoria de consumo e estilo de vida
Aumento do consumo de frutas, legumes e verduras
Aumento do consumo de leite e derivados, incluindo os probióticos
Rotulagem de alimentos adequada às deficiências cognitivas e físicas
Facilidade e praticidade de manuseio de embalagens
Apoio e incentivo à atividade física
Incentivo e estimulo à atividades lúdicas e de convívio / socialização

Produzindo a melhor cachaça com técnica e conhecimento científico

Alambiques-de-Cachaca Origem da cachaça - BRASIL ESCOLAA cachaça, patrimônio nacional registrado e, hoje em dia com certificação de origem e muito rigor técnico de produção e qualificação, deixa o folclore dos livros clássicos da literatura nacional, para entrar nas bibliotecas da ciência engenharia de alimentos e tratados de produção industrial e economia.
Essa bebida, unanimidade nacional, pode ser consumida pura, na apresentação “branquinha” ou “envelhecida”. No entanto, na denominação envelhecida, pela legislação, deve permanecer em barris de 700 litros por pelo menos um ano.
Existem técnicas seculares e básicas, no entanto, algumas modificações, chamadas de maior qualidade, podem colocar o produto no patamar de muitos destilados importados e famosos, como uísque e conhaque

Cachaça – Fases de produção

Moagem e transporte
A cana é moída para a extração do suco chamado de garapa. Em algumas produções mais puristas (orgânicas), o transporte ao alambique é feito em carros de boi.
O suco que escorre no processo de moagem é colocado em tonéis de aço para fermentação.
Maior qualidade: Moagem em até 36 horas após a colheita; Bagaço reaproveitado para aquecer as caldeiras

Fermentação
O mosto, caldo da moagem é misturado as leveduras (agentes fermentadores) para melhorar q qualificar aa fermentação, tanto em qualidade como em velocidade. No processo final da fermentação, o açúcar se transforma em álcool, sendo levado para os alambiques.
Maior qualidade: Filtrar e pasteurizar o mosto; utilizar fermentos (leveduras) industriais com maior qualidade

Alambicagem / Destilação
Em alambiques de cobre, os vapores resultantes são condensados por resfriamento, gotejando álcool etílico, o nome pinga (bebida) deriva desse gotejamento regular.
Tanto o gotejamento inicial (cabeça) e o final (cauda), em tono de 10% da produção, são rotineiramente desprezados em virtude da alta concentração de toxinas nocivas a saúde.
Maior qualidade: Descartar os primeiros 10% (cabeça) e os últimos 15% (cauda); Duas destilações consecutivas

Maturação / Envelhecimento
Nesse processo entram rotinas e formulações comerciais especiais, variando na diluição com água, para atingir teor alcoolico em torno de 40% e envelhecimento em tonéis especiais de diferentes madeiras e com capacidade de 700 litros, caracterizando diferentes tipos, aromas e sabores.
Maior qualidade: Tonéis de carvalho de primeiro uso

Carqueja não pode faltar para os amigos dos chás

beneficios-cha-de-carquejaA Baccharis genistelloides, popularmente conhecida como Carqueja, é uma planta pertencente à família Asteraceae, sendo originária da América do Sul e cultivada principalmente no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.1Devido aos seus efeitos terapêuticos, a Carqueja é considerada uma planta medicinal, sendo o seu chá muito utilizado no tratamento de diversos distúrbios relacionados à saúde.2

Dentre os seus principais benefícios, destacam-se sua ação hipoglicemiante, hepatoprotetora, anti-inflamatória e anti-hipertensiva.3 Os principais responsáveis por estes efeitos são os flavonóides e compostos fenólicos, presentes em grande quantidade nesta planta.3,4,5

Além disso, a carqueja impede o surgimento de úlceras, uma vez que diminui a produção de ácido gástrico, inibindo a indução de possíveis lesões. Também é observado um efeito antiartrítico com o seu consumo, já que a mesma reduz de forma drástica o desenvolvimento da artrite.1

Estudos relevantes apontaram um potencial antimicrobiano presente na Carqueja, através da sua atividade inibitória frente às cercarias de Schistosoma Mansonii (causador da Esquistossomíase) e do crescimento do Trypanosoma Cruzi (responsável pela Doença de Chagas).3

Apesar dos inúmeros benefícios comprovados, a carqueja é contra indicada para gestantes e lactantes, pois possui efeito abortivo. Em pacientes hipertensos que estejam em tratamento com anti-hipertensivo, seu consumo também deve ser evitado, já que o efeito do fármaco pode ser elevado, levando a um efeito hipotensor.1,3

Autora: Nutricionista Michelle Ribeiro

1 – RUIZ, A. L. T. G. et al. Farmacologia e toxicologia de Peumus boldus e Baccharis genistelloides. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, n. 2, p. 295-300, 2008.

2 – DIAS, L. F. T. et al. Atividade antiúlcera e antioxidante Baccharis trimera (Less) DC (Asteraceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 19, n. 1B, p. 302-314, 2009.

3 – KARAN, T. K. et al. Carqueja (Baccharis trimera): utilização terapêutica e biossíntese. Rev. Bras. PI. Med., v. 15, n. 2, p. 280-286, 2013.

4 – JUSTIL, H.; ARROYO, J.; VALENCIA, J. Extracto etanólico de Baccharis genistalloides (carqueja) sobre el cáncer de colon inducido con 1,2-dimetilhidrazina em ratas. Anales de la facultad de Medicina, v. 71, n. 2, p. 88-96, 2010.

5- BUDEL, J. M.; DUARTE, M. R.; SANTOS, C. A. M. Parâmetros para análise de carqueja: comparação entre quatro espécies de Baccharis spp. (Asteraceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 14, n. 1, p. 41-48, 2004.

Intestino preguiçoso, obstipação ou constipação Intestinal, onde mora a solução?

Síndrome-do-intestino-irritável-saiba-o-que-é609x250A obstipação intestinal ou Constipação intestinal ou ainda popularmente chamada de “intestino preguiçoso”, é uma síndrome composta por sintomas intestinais recorrentes que acompanham a vida das pessoas, causam transtornos sociais, procura intensa por diferentes tipos de remédios e soluções milagrosas.
Na verdade, os sintomas clássicos que são relatados são simples de identificar e comumentemente aparecem nos consultórios médicos.
Redução do número de evacuações (menos de três por semana)
Sensação de evacuação insatisfatória e incompleta;
Esforço evacuatório excessivo;
Dificuldade na passagem das fezes pelo canal anal;
Presença de fezes ressecadas;
Necessidade de auxilio manual para evacuação.
A terceira idade e o sexo feminino possuem maior prevalência desses sintomas e a fisiopatologia está associada com disfunção primária do músculo liso do colon ou de sua inervação, elevada pressão de repouso, relaxamento incompleto ou paradoxal.
Os teste clínicos especializados envolvem avaliação do trânsito colônico, manometria anorretal, teste de expulsão do balão, defecografia e outros.
O tratamento, além de medidas educacionais com aumento do consumo de fibras, principalmente fibras insolúveis, que estão relacionadas com o trajetos das fezes pelo intestino pode ser ainda mais efetivo com a utilização de tratamento por alguns medicamentos especiais:
Agentes formadores do bolo fecal;
Agentes lubrificantes;
Laxativos osmóticos;
Laxativos estimulantes ou irritativos; enterocinéticos;
drogas seratogogas

O hábito de consumir líquidos diariamente, em torno de 2 a 3 litros, é um forte aliado, bem como, a prática de atividade física regular, orienta-se caminhadas de pelo menos 1 hora diária. A terapia, identificando causas comportamentais e hábitos arraigados desde a adolescência, por mais estranho que posa parecer, pode ser também uma boa ferramenta de tratamento.

Por fim, o tratamento do famoso intestino preguiçoso é uma necessidade absoluta quando pensamos em qualidade de vida, mas é um processo de médio prazo envolvendo diferentes enfoques e mudanças de hábitos.

Milho e Triptofano: Qual a relação?

MILHOUm dos principais cereais produzidos e consumidos no mundo, o milho (Zea mays L) possui sua origem na América do Sul, e constituiu a base da alimentação de várias civilizações históricas como os Maias, Incas e os Astecas. Já em terras brasileiras este cereal, esteve presente na dieta dos índios guaranis e foi fortemente incorporado aos hábitos alimentares brasileiros após a colonização portuguesa.
O milho destaca-se por ser um alimento energético, já que é fonte de carboidrato, em especial o amido e por ser rico em fibras alimentares, que auxiliam no bom funcionamento do intestino e no controle do colesterol. Este cereal também é rico em carotenoides em especial a luteína um potente antioxidante que atua na prevenção da catarata e outras doenças oculares degenerativas. Além disso, o milho possui em sua composição vitamina E, fósforo, potássio cobre, magnésio, zinco. Ressalta-se também que o milho fornece quantidades moderadas de vitaminas do complexo B, como a tiamina, riboflavina e o ácido pantotênico.
Com relação às proteínas, o milho apresenta uma quantidade significativa deste nutriente, cujos teores chegam a aproximadamente 9,5%, porém a proteína do milho é deficiente em dois aminoácidos essenciais, indispensáveis à saúde humana: a lisina e o triptofano. Este último aminoácido é fundamental para a formação de uma substância chamada serotonina, responsável pela sensação de bem-estar e otimização das funções cognitivas, como a melhora da atenção e aprendizagem.
Existem relatos de que indivíduos que consumiam uma dieta exclusiva a base de milho e consequentemente pobre em niacina e triptofano desenvolviam a Pelagra, uma doença caracterizada por lesões na pele, além de importantes alterações psicológicas provenientes da deficiência de triptofano.  Algumas das  principais fontes dietéticas de triptofano são as carnes magras, peixes,  iogurte leite, soja e a banana.
É válido ressaltar que apesar do milho ser um alimento pobre em triptofano não deve ser excluído da dieta, já que é uma importante fonte de carboidrato, fibras e antioxidades, além de ser um alimento versátil, podendo ser consumido cozido, na forma de pipoca (o ideal é que seja preparado com pouquíssima ou nenhuma gordura) e em diversas preparações.

Nutricionista: Luiza Maria Pinheiro Cipriano

Referências Bibliográficas:
MILHO, Associação Brasileira das Indústrias do (Org.). O Cereal que enriquece a alimentação humana. 2011. Disponível em: <http://www.abimilho.com.br/milho/cereal&gt;. Acesso em: 14 jun. 2014
BARROS, José F. C.; CALADO, José G.. A Cultura do Milho: ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA-Departamento de Fitotecnia. Universidade de Évora, Évora, p.1-52, 2014. Disponível em: <http://dspace.uevora.pt/rdpc/handle/10174/10804&gt;. Acesso em: 15 jun. 2014.
BARBOSA, Natália Alvez. Retenção de Carotenóides em Milho Verde fortificado com Vitamina A após processamento. 2013. 122 f. Tese (Mestrado) – Curso de Ciência dos Alimentos, Universidade de Lavras, Lavras, 2013.
RIOS, Sara de Almeida et .al. Carotenoides em grãos de milho verde após a aplicação de herbicidas pós-emergentes. Pesq. Agropec. Bras, Brasilia, v. 45, n. 01, p.106-109, jan. 2010.
FOOD and Agriculture Organization of the United States (FAO): Maize in human nutrition.1992 Disponível em: <http://www.fao.org/docrep/T0395E/T0395E00.htm&gt;. Acesso em: 15 jun. 2014.
VERA-GUZMAN, Araceli M.; CHAVEZ-SERVIA  J. Luis; CARRILLO-RODRIGUEZ, José C.. Proteína, lisina y triptófano en poblaciones nativas de maíz mixteco. Rev. fitotec. mex,  Chapingo ,  v. 35, n. set.  2012.
PAES, Maria Cristina Dias. O milho: a evolução do seu consumo na dieta humana através dos povos e do tempo: Jornal Eletrônico da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG). 2011. Disponível em: <http://www.cnpms.embrapa.br/grao/30_edicao/grao_em_grao_artigo_01.htm&gt;. Acesso em: 14 jun. 2014.
GIBSON, E. L. et al. Effects of acute treatment with a tryptophan-rich protein hydrolysate on plasma amino acids, mood and emotional functioning in older women.Psychopharmacology, Londres, v., n., p.1-16, 28 abr. 2014.
KOUSHAN, Keyvan  et al. The Role of Lutein in   Eye-Related Disease. Nutrients, Florida, v. 05, n., p.1829-183, 6, 22 mai. 2013.
FUKUWATARI,  Tsutomu; SHIBATA, Katsumi. Aspect  of Tryptophan   Metabolism. International Journal Of Tryptophan Research, Shiga, v. 06 n., p.3-8,21 jul.2013.