Há muitos séculos o homem procura incessantemente pelo adoçante perfeito. Antes da era das descobertas, a inexistência do açúcar de cana levava os povos europeus a experimentação de inúmeros sub produtos vegetais e minerais.
No Império romano, a utilização do chumbo, na forma de acetato, promovia uma docificação do vinho, redução dos processos de fermentação e melhora do sabor, de forma diferente ao adoçante clássico de então, o mel de abelhas.
No entanto, a ampla utilização do chumbo pelos romanos, nas bebidas, nos encanamentos, e nos utensílios de culinária, pode ter desencadeado um intoxicação cumulativa dos mais ricos. O acesso a esses utensílios, importantes na preservação dos alimentos, era privilégio dos mais abastados e detentores do poder.
A intoxicação por chumbo provoca alterações no sistema nervoso central como insônia, irritabilidade, cefaleias convulsões e quadros degenerativos severos. Já em outros sistemas como o digestivo e endócrino, promove anemia, dores abdominais difusas e infertilidade.
Os mais pobres, sem acesso aos “benefícios” do chumbo, apresentavam baixo nível de intoxicação.
Nesse ponto, de forma correlata com a história, observamos uma validação da frase de Hipócrates que “ o alimento pode ser um veneno”.