A gordura constitui o combustível celular ideal, pois cada molécula carreia grandes quantidades de energia por unidade de peso, é transportada e armazenada facilmente e transformada prontamente em energia. Em repouso, nos indivíduos bem nutridos, a gordura pode proporcionar até 80 a 90% da demanda energética do corpo.
O conteúdo de gordura do corpo constitui cerca de 15% do peso corporal dos homens e 25% do peso das mulheres. Consequentemente, a energia potencial armazenada nas moléculas de gordura de um homem de meia-idade comum é de aproximadamente 100.000 Kcal. A maior parte desta gordura fica disponível para a produção de energia, especialmente durante o exercício prolongado.
Os ácidos graxos liberados pelos triglicerídeos nos locais de armazenamento das gorduras e fornecidos ao tecido muscular pela circulação na forma de ácidos graxos livres ligados á albumina sangüínea, assim como os triglicerídeos armazenados no próprio músculo, contribuem consideravelmente para atender as necessidades energéticas do exercício. Durante curtos períodos de exercício moderado, a energia deriva em quantidades aproximadamente iguais dos carboidratos e das gorduras.
À medida que o exercício prossegue por uma hora ou mais e os carboidratos ficam depletados, observa-se um aumento gradual na quantidade de gordura utilizada para obter energia.
No exercício prolongado, a gordura (principalmente como ácidos graxos livres) pode proporcionar quase 80% da energia total necessária. Isso é devido, provavelmente, a uma pequena queda na glicose sangüínea e uma redução subsequente na insulina com aumento na produção de glucagon por parte do pâncreas, que acaba reduzindo o metabolismo da glicose e estimula a liberação e a subsequente desintegração das gorduras para obtenção de energia
Fontes:
McArdle, 1991; Caldarone e Giampietro, 1997