Sal na culinária, na história e na diferenciação dos alimentos.


O processo de salgar os alimentos esta presente na história de quase todos os povos antigos. Existem relatos de salga de bacalhau entre os normandos e bascos no ano de 900 AC, os romanos descreviam métodos de salgar peixes em grandes tanques ao redor do mediterrâneo e, na história do Brasil, as charqueadas fazem parte do cotidiano das fazendas gaúchas, mineiras e paulistas, interferindo inclusive, na história da revolução farroupilha.

Nos nossos cardápios é comum encontrar referencias a pratos executados com carne seca, carne de sol ou charque, talvez o prato mais famoso da culinária brasileira, a feijoada, não existisse sem a participação de carnes salgadas.

Para um processo de salga ser efetivado com sucesso precisa-se de muito sal, fino ou grosso, dependendo do resultado esperado, temperatura seca e ventilação abundante.

Tipos de carnes salgadas brasileiras:

Carne de sol: Método popular do nordeste, antigamente conhecida como carne de vento. Pode ser feita com qualquer corte do boi, os cortes traseiros como coxão mole, alcatra e contra filé são os mais usados. A salga é leve, feita com sal fino, dura dois a três dias. A carne é pendurada em local arejado e protegido do sol, quando observa-se a formação de uma película branca na superfície o processo esta finalizado, propicia uma carne úmida e macia.
Carne seca: Tem origem no século XVII no interior do nordeste, na tentativa de prolongar a vida média da carne de sól. Conhecida popularmente como a carne seca do sertão, é muito salgada e tem origem em cortes dianteiros, cortados em mantas finas e empilhadas, propiciando uma desidratação por prensagem das mantas. No processo de salga, além do empilhamento e desidratação, a carne passa também por secagem ao sol e ventilação.
Charque: Processo de salga extensivo, com utilização de cortes finos, pilhas altas de mantas salgadas. Utiliza-se muito sal e tempo de salga prolongado. Método utilizado por muitos anos em fazendas do Rio Grande do sul, dedicadas, as vezes a somente essa atividade, as famosas charqueadas.
Jerked beef: Variante comercial e industrial do charque, acrescenta rigores tecnológicos de prensagem, salga e secagem, atenuando o tempo de preparo, embalagem e distribuição.

Tipos de salga:

Sal fino: salga básica utilizada na culinária diária
Sal Grosso: Utilizado em conservação e preparo de churrascos
Sal Temperado e gourmet: adiciona características de sabor e aroma. Pode ser preparado comercialmente ou, na origem, ter adicionado outros nutrientes, minerais, algas e fungos
Salmoura: Método de culinária, sem possibilidade de utilização para conservação. Pode ser incrementado com vinagre, para melhorar o tempero e sofisticar o método.

Cachaça também pode ser “gourmet”

Na denominação de cachaça gourmet estão enquadradas as variedades que sofrem processos de envelhecimento, algumas, em decorrência do tipo de madeira do tonel, ainda mantem uma cor branca e semi transparente.
O tipo de madeira e tempo de envelhecimento, dentre outras particularidades de produção, conferem características próprias a diversas cachaças. A seguir um pequeno resumo dessas características, focadas no tipo de madeira utilizada nos tonéis.

Brancas ou semi transparentes

Jequitibá
Tempo médio de envelhecimento, cerca de dois anos, aromas suaves, adocicados, lembrando caramelo
Amendoim
Aroma intenso,, lembrança de milho e cereal.
Freijó
Aromas intensos, um pouco picantes, alto teor alcoolico, próximo de 50%

Amarelas ou escurecidas

Angico
Aroma de ervas e cereal, macia ao paladar sem retrogosto.
Pau Brasil
Geralmente com envelhecimento médio a longo (2 a 3 anos), bom equilíbrio de aromas e amargos, misto de flores e ervas.
Bálsamo
Envelhecimento longo ( em torno de 6 anos), aroma de flores, equilíbrio em amargor e picante.
Umburama
Aroma doce, misto de canela e flores, sem ardor ou amargor no retorgosto
Araribá
Geralmente com envelhecimento muito longo (mais de 8 anos), aromas de ervas, perfume marcante, equilibrada em acidez e ardor.
Jatobá
Aroma marcante, meio terroso mesclado com ervas, amargor médio, retrogosto forte e intenso, cor amarela escurecida.
Amarelo-cetim
Aroma de madeira, acida e com amargor forte.

Goles de segredos das cachaças

A cachaça, patrimônio nacional registrado e, hoje em dia com certificação de origem e muito rigor técnico de produção e qualificação, deixa o folclore dos livros clássicos da literatura nacional, para entrar nas bibliotecas da ciência  engenharia de alimentos e tratados de produção industrial e economia.
Essa bebida, unanimidade nacional, pode ser consumida pura, na apresentação “branquinha” ou “envelhecida”. No entanto, na denominação envelhecida, pela legislação, deve permanecer em barris de 700 litros por pelo menos um ano.

Cachaça – Fases de produção

Moagem e transporte
A cana é moída para a extração do suco chamado de garapa. Em algumas produções mais puristas  ( orgânicas), o transporte ao alambique é feito em carros de boi.
O suco que escorre no processo de moagem é colocado em tonéis de aço para fermentação.

Fermentação
Em tonéis médios, associa-se as leveduras (agentes fermentadores) à nutrientes especiais para incremento da fermentação, tanto em qualidade como em velocidade. No processo final da fermentação, o açúcar se transforma em álcool, sendo levedo para os alambiques.

Alambicagem
Em alambiques de cobre, os vapores resultantes são condensados por resfriamento, gotejando álcool etílico, o nome pinga (bebida) deriva desse gotejamento regular.
Tanto o gotejamento inicial (cabeça) e o final (cauda), em tono de 10% da produção, são rotineiramente desprezados em virtude da alta concentração de toxinas nocivas a saúde.

Maturação
Nesse processo entram rotinas e formulações comerciais especiais, variando na diluição com água, para atingir teor alcoolico em torno de 40% e envelhecimento em tonéis especiais caracterizando diferentes tipos, aromas  e sabores.

Desvendando os segredos do bacalhau…

Um dos peixes mais famosos do mundo é o bacalhau, presente no universo dos livros de culinária e sempre apresentado como uma iguaria.

Na verdade, devido ao processo de salgamento, a logística de distribuição e armazenamento ele pode ser encontrado desde os países costeiros da Europa até distantes cidades da África central.
No processo de conservação de salgamento, preservamos as características nutricionais de composição proteica, bem como o sabor, aroma e textura, tão importantes nas diversas preparações e cardápios.

Originário do mar do norte, possui alto valor em proteína, ácidos graxos Omega 3 nas vísceras e pele, baixa participação de carboidratos e nenhuma fibra.

As cozinheiras familiares e os grandes chefs são unanimes em afirmar que o grande segredo esta no cuidado em retirar o sal, deixando a carne firme e saborosa.
Para dessalgar 1 kilo de bacalhau, deve-se corta-lo em 4 ou cinco  pedaços grandes, acondiciona-los em um recipiente fundo e cobri-lo com água gelada, sendo que esta deve ser trocada de 3 em 3 horas por mais ou menos 36 horas. Os puristas aconselham sempre deixar a pele voltada para baixo…
Uma boa alternativa, visando o aquecimento da água, é manter o recipiente na geladeira.
Pode-se, como forma de evitar um odor aumentado, colocar 1 ou duas fatias de limão dentro da água!

Bacalhau – Composição nutricional (100g / filet)

Valor calórico 120 cal 1% (VDR)
Carboidratos  
Proteínas 7g  
Gorduras totais  
Saturadas  
Colesterol 10 mg  
Fibra alimentar  
Cálcio 56,0 mg  
Ferro 0,7 mg  
Sódio 1430 mg  

VDR – Valor diário de referência para uma dieta de 2500 cal/dia

Vitamina C melhora a vida dos fumantes

 O nível de vitamina C nos fumantes é 40% mais baixo que nos não-fumantes e pode ser normalizado através de suplementação, segundo as recomendações científicas mais recentes, deve-se oferecer + 35mg/dia além da necessidade diária.

Segundo Morris (2000); Zhang, et al (1999) fumar danifica a microcirculação coronariana e interfere no fluxo sangüíneo do miocárdio. De acordo com o estudo realizado, foram administrados 3g diários de vitamina C em fumantes, e os resultados foram satisfatórios em relação a melhora da circulação sangüínea cardíaca.

Vitamina C, a vitamina da polemica…

A Vitamina C foi utilizada durante muito tempo para o tratamento do resfriado simples, essa prática tornou-se popular após Linus Pauling escrever um livro alegando que a Vitamina C administrada em doses maciças preveniria e curaria o resfriado simples, desde então, as vendas desta vitamina aumentaram notoriamente.

Estudos confirmam que administração de altas doses de ácido vitamina C proporcionam aumento da eficiência física. Sabe-se que o esforço muscular diminui o teor deste componente em vários órgãos, principalmente na córtex da glandula supra renal, aconselhando-se o emprego do mesmo aos individuas submetidos a trabalho prolongado e exaustivo.

No entanto, muitos trabalhos investigam os benefícios da suplementação rotineira à população, nesse enfoque os resultados são muito fracos, contraindicando qualquer programa de utilização regular de vitamina C de forma usual.

Nada suplanta uma alimentação saudável!!!

A Experiência de Jamie Oliver

Fazer uma criança provar algo diferente é uma tarefa no mínimo árdua. Quem nunca viu um prato sendo revirado por uma criança buscando algo que ela considere nojento? Mas, o que é nojento para eles? Não precisa de muito, algo verde, algo preto, algo vermelho, algo de forma estranha… enfim, qualquer pequeno  detalhe pode fazer com que um novo prato seja recusado.

Imagine mostrar a crianças pele de frango, sangue, gordura e fazer com que elas comam isso de bom grado? Jamie Oliver fez isso, mas essa não era sua intenção. Em seu programa Jamie Oliver’s Food Revolution (A Revolução da Comida), ele tentou mostrar para um grupo de crianças como alimentos processados são feitos, na esperança de que isso  as fizesse parar de comer.  Seu plano não poderia ter dado mais errado.

A verdade é que estamos tão acostumados a comer certas comidas que não nos preocupamos com o que estamos levando para dentro do nosso corpo! Não pensamos em vitaminas, nutrientes ou colesterol. Se Jamie conseguiu fazer um grupo de crianças comerem pele, gordura, sangue e órgãos, isso significa que elas estão comendo qualquer coisa, menos comida de qualidade. Isso é uma pena porque comer bem é um prazer que ainda precisa ser explorado pelos adultos e aprendido pelas crianças

Quais os alimentos ricos em vitamina C ?

Segundo um dos principais guias de recomendações em alimentação, Dietary Reference Intakes (DRIs), visando utilizar a vitamina C para melhorar a resistência a infecção e bloquear os radicais livres, a quota dietética recomendada de Vitamina C é 90mg/dia para homens e 75mg/dia para mulheres.
Com essa dose teremos a ingestão necessária a fim de garantir a manutenção quase máxima da concentração dos glóbulos brancos. A recomendação para idosos é a mesma do adulto jovem, para gestante sugeriu-se um adicional de 10mg de Vitamina C para garantir a necessidade do feto.

As melhores fontes são as frutas, principalmente as cítricas e as hortaliças.

Alimento

Vitamina C (mg/100g)

Acerola

1677,5

Pimentão vermelho cru

190,0

Goiaba

184,0

Kiwi

98,0

Brócolis crú

93,2

Brócolis cozidos

74,6

Maracujá

70,0

Mamão papaya

61,8

Repolho crú

57,0

Morango

56,7

Laranja

53,2

Couve-flor crua

46,4

Limão

46,0

Caju

40,0

Mexerica (Tangerina)

30,8

Melancia

29,0

Carambola

21,2

O consumo de vinho tinto pode ser benéfico para obesos.

Através de um estudo realizado na Austrália, pode se observar que algumas doses de vinho tinto podem afastar em parte o risco de doenças cardiovasculares nos obesos.

Os médicos J. B. Dixon e sua equipe do Alfred Hospital, de Melbourne, descobriram que os obesos que consomem moderadamente vinho tinto reduzem o nível no sangue da proteína homocisteína.
Os altos níveis da proteína já foram relacionados a um aumento no risco de doença cardiovascular. Assim sendo, segundo a pesquisa, manter sob controle os níveis de homocisteína pode cortar ou pelo menos reduzir esse risco.
No estudo, os cientistas mediram os níveis de homocisteína no sangue de 350 homens e mulheres obesos e os questionaram sobre seus hábitos de consumo de álcool.

Segundo os pesquisadores, aqueles que disseram consumir vinho tinto apresentaram concentrações sangüíneas 17% mais baixas de homocisteína do que aqueles que não tomam bebidas alcoólicas e 13% menores do que os que consomem cerveja ou conhaque.
Os níveis ligeiramente mais baixos de homocisteína foram observados nas pessoas que consomem menos de 100 gramas de vinho por semana.

O consumo leve a moderado de vinho tinto por indivíduos obesos está associado a baixas concentrações de homocisteína e isso pode reduzir seus riscos cardiovasculares, concluem os pesquisadores australianos.

No entanto, vale ressaltar que muitos outros fatores podem ter interferido no estudo, tais como a concentração de flavonoides, o tipo de uva e o estilo de vida dos pacientes observados

Um brinde ao vinho, consumido moderadamente, lógico!!!

 Referencias Bibliográficas:

1- European Journal of Clinical Nutrition, 2002.
2. www.nutricaoclinica.com.br

O consumo de Omega 3 esta na moda, escolha a fonte…

 

Na verdade, a melhor potencialidade de ação repousa no consumo de EPA e DHA, Omega 3 de origem animal.
Outra aspecto a ser considerado é sobre a maior concentração de Omega 3 na pele e visceras dos peixes, sendo que os brasileiros não possuem esse hábito alimentar, talvez com excessão à sardinha, consumida por grande parte da população de forma inteira, na brasa ou em molhos escabehe.
No entanto,   podemos também aumentar o consumo de alguns vegetais, que nos fornecem ALA, Omega 3 com 13% da ação benéfica   cardiovascular, quando comparado com o de origem animal.

Alimentos Porção Ômega 3 (g)
Linhaça 1 colher de sopa (15g) 2,97
Azeite 1 colher de sopa (13ml) 0,15
Óleo de canola 1 colher de sopa (13ml) 0,88
Óleo de milho 1 colher de sopa (13ml) 0,12
Óleo de girassol 1 colher de sopa (13ml) 0,05
Salmão 1 posta média (100g) 1,0 -1,4
Sardinha 1 filé médio (60g) 0,59
Atum 1 filé médio (100g) O,5 – 1,6

Fontes:Tabela  TACO; www.nutricaoclinica.com.br, acesso em 30/10/2011