Cravo (Syzygium aromaticum), veio das Índias e tomou posse do universo gastronômico.

2923_t1_1Originário do craveiro, uma árvore de até 12 metros de altura nativa das regiões tropicais, o cravo-da-Índia (Syzygium aromaticum) no passado era muito cobiçado por países europeus por sua importância econômica, cultural e medicinal.¹ A sua importância econômica e nutricional estaria relacionada a conservação dos alimentos e o “ disfarce” que os seus aromas causariam em alimentos deteriorados, tornando-os mais adequados ao consumo. Atualmente é conhecido por seu uso como condimento culinário em preparações salgadas (como conservante de carnes e em preparações natalinas), doces (arroz doce, canjica, doce de abóbora) e bebidas (chás, quentão e vinho quente).

Suas propriedades anestésicas e antissépticas são bem difundidas, e introduzidas na odontologia desde 1873. Culturalmente, ao mastigar um cravo pode-se eliminar uma dor bucal e também higienizá-la. ² Os chás são indicados contra náuseas e indigestões.¹

O responsável por essas funções é o eugenol, óleo essencial e majoritário, até 88,5% da composição do óleo extraído do cravo, também é o composto responsável pelo odor e sabor ardente e picante.¹ Entre outros benefícios desse óleo estão funções: antimicrobiana e antifúngica pela estrutura fenólica que provoca degeneração das membranas celulares de bactérias e fungos, antioxidante inibindo a peroxidação lipídica e anti-inflamatória por mecanismos ainda não definidos e mal conhecidos.² ³ 4

Além dos benefícios medicinais o cravo também está presente na indústria cosmética, onde sua essência entra na composição de inúmeros perfumes, cremes e uma vasta gama de produtos que utilize seu aroma marcante e único.¹
Autora: NutricionistaTamires Barrero

Referências:
ASCENÇÃO, V.L; FILHO, V.E.M.; Extração, caracterização química e atividade antifúngica de óleo essencial Syzygium aromaticum (cravo da Índia); Cad. Pesq., São Luís, v. 20, n. especial, Julho, 2013;

LINARDE, C.F.B.M; Estudo do efeito antinociceptivo do eugenol; Fortaleza, 2008;
SCHERER, R; WAGNER, R; DUARTE, M.C.T; GODOY, H.T; Composição e atividades antioxidante e antimicrobiana dos óleos essenciais de cravo-da-Índia, citronela e palmarosa; Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.11, n.4, p. 442-449, 2009.
SILVESTRIL, J.D.F; et al. Perfil da composição química e atividades antibacteriana e antioxidante do óleo essencial do cravo da Índia; Rev. Ceres. Viçosa, v.57, n. 5, p.589-594, set/out, 2010.

Canela, uma especiaria muito mais que um tempero?

canelaA canela, proveniente da casca seca da árvore Cinnamomum verum, é uma especiaria utilizada como condimento na culinária, sendo comercializada na forma de raspas, pó e rama. Atualmente, ela tem sido reconhecida pelas suas propriedades terapêuticas, graças a presença de compostos antioxidantes, polifenóis, vitaminas e minerais, como o magnésio e o cromo.4,5

A canela tem recebido destaque pela sua capacidade de regular os níveis plasmáticos de glicose, podendo tornar-se uma promissora opção alimentar em indivíduos diabéticos.1,2,5 Alguns estudos relevantes indicam que pequenas doses diárias (cerca de 3g), já exercem um efeito hipoglicemiante.5 Também foi observado que o seu consumo traz melhora nos níveis de triglicérides, colesterol total e LDL, sendo um importante aliado na prevenção de doenças cardiovasculares e síndrome metabólica.6

Outros estudos também têm mostrado que o extrato da canela é capaz de diminuir a perda da memória em indivíduos com Alzheimer, uma vez que ela inibe o acúmulo de toxinas no cérebro e dissolve as fibrilas que matam os neurônios cerebrais, diminuindo os sintomas da doença.3

Além disso, o consumo da canela também traz benefícios no funcionamento do sistema digestivo, na normalização da circulação sanguínea e no combate a infecções.5

De uma maneira geral, a canela é considerada uma especiaria segura e sem efeitos tóxicos, podendo ser consumida na forma de chá, polvilhada sobre os alimentos, como extrato ou in natura, na forma de casca.4,5

Autora: Nutricionista Michele Ribeiro

1 – AKILEN, R. et al. Cinnamon in glycaemic control: systematic review and meta analysis. Clinical Nutrition, v. 31, p. 609-615, 2012.

2 – AKILEN, R. et al. Glycated haemoglobin and blood pressure-lowering effect of cinnamon in multi-ethnic type 2 diabetic patients in the UK: a randomized, placebo-controlled, double-blind clinical trial. Diabetic Medicine, v. 27, n. 10, p. 1159-1167, 2010.

3 – FRYDMAN M. A. et al. Orally administradet cinnamom extract reduces B-Amoyloid oligomerization and corrects cognitive impairment in Alzheimer disease animals models. PLos One, v. 6, n. 1, 2011.

4 – Guia Prático de Medicina Alternativa: Descubra o que os alimentos podem fazer para a sua saúde. São Paulo: Companhia dos livros, 2004.

5- JORGE, A. R. R. V. Efeito da adição de 3g de canela (C. Burmanni), em pó, a um pastel de nata nos níveis de glicemia pós-prandial de adultos. 80 f. Dissertação (Mestrado) – Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, 2013.

6 – KHAN, A. et al. Cinnamon improves glucose and lipids of people with type 2  diabetes. American Diabetes Association, 2003.

Milho e Triptofano: Qual a relação?

MILHOUm dos principais cereais produzidos e consumidos no mundo, o milho (Zea mays L) possui sua origem na América do Sul, e constituiu a base da alimentação de várias civilizações históricas como os Maias, Incas e os Astecas. Já em terras brasileiras este cereal, esteve presente na dieta dos índios guaranis e foi fortemente incorporado aos hábitos alimentares brasileiros após a colonização portuguesa.
O milho destaca-se por ser um alimento energético, já que é fonte de carboidrato, em especial o amido e por ser rico em fibras alimentares, que auxiliam no bom funcionamento do intestino e no controle do colesterol. Este cereal também é rico em carotenoides em especial a luteína um potente antioxidante que atua na prevenção da catarata e outras doenças oculares degenerativas. Além disso, o milho possui em sua composição vitamina E, fósforo, potássio cobre, magnésio, zinco. Ressalta-se também que o milho fornece quantidades moderadas de vitaminas do complexo B, como a tiamina, riboflavina e o ácido pantotênico.
Com relação às proteínas, o milho apresenta uma quantidade significativa deste nutriente, cujos teores chegam a aproximadamente 9,5%, porém a proteína do milho é deficiente em dois aminoácidos essenciais, indispensáveis à saúde humana: a lisina e o triptofano. Este último aminoácido é fundamental para a formação de uma substância chamada serotonina, responsável pela sensação de bem-estar e otimização das funções cognitivas, como a melhora da atenção e aprendizagem.
Existem relatos de que indivíduos que consumiam uma dieta exclusiva a base de milho e consequentemente pobre em niacina e triptofano desenvolviam a Pelagra, uma doença caracterizada por lesões na pele, além de importantes alterações psicológicas provenientes da deficiência de triptofano.  Algumas das  principais fontes dietéticas de triptofano são as carnes magras, peixes,  iogurte leite, soja e a banana.
É válido ressaltar que apesar do milho ser um alimento pobre em triptofano não deve ser excluído da dieta, já que é uma importante fonte de carboidrato, fibras e antioxidades, além de ser um alimento versátil, podendo ser consumido cozido, na forma de pipoca (o ideal é que seja preparado com pouquíssima ou nenhuma gordura) e em diversas preparações.

Nutricionista: Luiza Maria Pinheiro Cipriano

Referências Bibliográficas:
MILHO, Associação Brasileira das Indústrias do (Org.). O Cereal que enriquece a alimentação humana. 2011. Disponível em: <http://www.abimilho.com.br/milho/cereal&gt;. Acesso em: 14 jun. 2014
BARROS, José F. C.; CALADO, José G.. A Cultura do Milho: ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA-Departamento de Fitotecnia. Universidade de Évora, Évora, p.1-52, 2014. Disponível em: <http://dspace.uevora.pt/rdpc/handle/10174/10804&gt;. Acesso em: 15 jun. 2014.
BARBOSA, Natália Alvez. Retenção de Carotenóides em Milho Verde fortificado com Vitamina A após processamento. 2013. 122 f. Tese (Mestrado) – Curso de Ciência dos Alimentos, Universidade de Lavras, Lavras, 2013.
RIOS, Sara de Almeida et .al. Carotenoides em grãos de milho verde após a aplicação de herbicidas pós-emergentes. Pesq. Agropec. Bras, Brasilia, v. 45, n. 01, p.106-109, jan. 2010.
FOOD and Agriculture Organization of the United States (FAO): Maize in human nutrition.1992 Disponível em: <http://www.fao.org/docrep/T0395E/T0395E00.htm&gt;. Acesso em: 15 jun. 2014.
VERA-GUZMAN, Araceli M.; CHAVEZ-SERVIA  J. Luis; CARRILLO-RODRIGUEZ, José C.. Proteína, lisina y triptófano en poblaciones nativas de maíz mixteco. Rev. fitotec. mex,  Chapingo ,  v. 35, n. set.  2012.
PAES, Maria Cristina Dias. O milho: a evolução do seu consumo na dieta humana através dos povos e do tempo: Jornal Eletrônico da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG). 2011. Disponível em: <http://www.cnpms.embrapa.br/grao/30_edicao/grao_em_grao_artigo_01.htm&gt;. Acesso em: 14 jun. 2014.
GIBSON, E. L. et al. Effects of acute treatment with a tryptophan-rich protein hydrolysate on plasma amino acids, mood and emotional functioning in older women.Psychopharmacology, Londres, v., n., p.1-16, 28 abr. 2014.
KOUSHAN, Keyvan  et al. The Role of Lutein in   Eye-Related Disease. Nutrients, Florida, v. 05, n., p.1829-183, 6, 22 mai. 2013.
FUKUWATARI,  Tsutomu; SHIBATA, Katsumi. Aspect  of Tryptophan   Metabolism. International Journal Of Tryptophan Research, Shiga, v. 06 n., p.3-8,21 jul.2013.

Petiscos para a copa, com saúde e muito sabor

copa-do-mundo11A Copa do Mundo está ai e não há nada melhor do que apreciar alguns petiscos enquanto assistimos a nossa querida seleção dando um show de bola no campo, certo? É possível se alimentar de forma saudável nesta época de Copa, deixando de lado alguns alimentos industrializados ricos em sódio e gordura saturada e saboreando alimentos mais saudáveis e práticos. Pensando nisso criamos 10 petiscos saudáveis e práticos para você!!!
Para vocês que não aguentam de emoção de ver seu amado time jogar e sua pressão vai para as alturas, ou até mesmo para aqueles que sofrem de pressão alta, temos algumas opções que vão deixar sua pressão no lugar.

Receitas com baixo teor de sal, poucas calorias e quase nenhuma gordura.

CARPACCIO DE ABOBRINHA
Ingredientes:
1 abobrinha
2 colheres de sopa de azeite
Pimenta rosa á gosto

Modo de preparo: Corte a abobrinha em lâminas bem finas, regue o azeite e salpique a pimenta rosa. Dica: sirva com torradas de pão sírio, biscoito de arroz, torradinhas integrais.

BRUSCHETTA SHOW DE BOLA
Ingredientes:
1 fatia de pão de forma integral;
1 fatia de peito de peru;
1 colher de sopa de cottage;
2 champignons frescos;
1 punhado pequeno de rúcula;
azeite e limão á gosto.

Modo de preparo: Leve o pão de forma ao forno por 5-8 minutos em temperatura média de 180˚C. Após retirar do forno, espalhe a cottage sobre o pão de forma integral, corte em fatias o cogumelo e disponha sobre o pão.  Corte o peito de peru em tiras finas, coloque sobre o pão acrescente a rúcula picada e tempere com azeite e limão a gosto.

DOCINHO DE DAMASCO COM CHOCOLATE
Ingredientes:
400g de damasco
200g de chocolate 70% cacau
folhas de papel manteiga

Modo de preparo: Leve o chocolate para derreter em banho-maria. Mergulhe metade do damasco no chocolate e coloque-os em uma superfície forrada com papel manteiga até secar e depois é só servir.

Quem precisa controlar a ingestão de gorduras, temos opções práticas e bem saborosas para substituir pipocas gordurosas e doces com alto teor de gordura saturada, por receitas nutritivas e com baixo teor de gordura e no final o seu coração agradece.

Receitas com poucas gorduras

SALGANHO DE SOJA
Ingredientes:
250g de grão de soja
1/3 de copo de água

Modo de preparo: Pré-aqueça o forno á 180˚C por 10 minutos. Disponha a soja numa assadeira grande para que ela se espalhe numa só camada. Leve a soja por cerca de 30 minutos até que fique dourada, retire do forno e coloque a água sobre a soja e volte ao forno até que a água seja toda absorvida. Retire e deixe esfriar para que fique bem crocante.

PIRÂMIDE DE FRUTAS COM CALDA DE IOGURTE COM MARACUJÁ
Ingredientes:
1 kiwi
1 banana
1 carambola
6 unidades de morango
12 unidades de blueberry
1 pote de iogurte grego
polpa de 1 maracujá
1 colher de sopa de mel
palitos de dente

Modo de preparo: Corte o kiwi, a banana e a carambola em fatias de 1cm. Corte os morangos ao meio. Montagem: o kiwi é a base da nossa pirâmide, então comece com o kiwi, depois em cima vem a fatia de carambola e de banana, coloque o morango em cima e espete tudo com o palito, para finalizar espete a blueberry para esconder o palito. Para a calda bata no liquidificador o iogurte, o maracujá e o mel até formar um creme homogêneo. Coloque o creme em um pote para servir junto com a pirâmide de frutas. Dica: procure usar palitos coloridos  ou com detalhes diferentes.

TRIÂNGULO DE TAPIOCA
Ingredientes:
200g de goma de tapioca
½ maço de rúcula
20 unidades de tomate  seco
20 unidades de mussarela de búfala
palitos de dente
azeite a gosto

Modo de preparo: Coloque a frigideira no fogo alto, espere ela esquentar e baixe o fogo. Coloque 2 colheres de sopa de tapioca e vá espalhando dentro da frigideira. Assim que a tapioca estiver firme, vire com ajuda da espátula. Retire a tapioca da frigideira e corte em quatro pedaços formado 4 triângulos. Para montar pegue uma fatia de tapioca disponha as folhas de rúcula sobre a tapioca, coloque o tomate seco e a mussarela de búfala por cima, regue com azeite. Para finalizar junte as pontas e espete o palito de dente.

E para você que quer manter a forma e evitar os quilinhos extras, temos receitas especiais para você, com ideias práticas e com muito sabor e sem perder a forma.

Receitas com poucas calorias

SALGADINHO DE GRÃO-DE-BICO PICANTE
Ingredientes:
1 colher de café de pimenta jamaica
1 colher de café de chilli
1 colher de café de pimenta do reino preta
1 colher de café de pimenta caiena
400g de grão-de-bico
2 colher de sopa de azeite
1 colher de café de sal (preferir sal rosa do himalaia, pois é rico em minerais)

Modo de preparo:
1. Pré-aqueça o forno á 180˚C;
2. Lave bem o grão-de-bico e seque com papel toalha;
3. Misture todos os ingredientes em um recipiente e espalhe em uma forma, deixe assando por volta de 20 a 30 minutos até que fiquem dourados e crocantes. Obs: este salgadinho é o substituto do amendoim.

BARQUINHA DE ENDÍVIA COM FRANGO DESFIADO

Ingredientes:
8 folhas grandes de endívias
½ xícara (chá) de cebola picada
1 xícara (chá) de tomate cortado ao meio
½ xícara (chá) de azeitona pretas
1 peito de frango cozido e desfiado
1 pote de iogurte desnatado
3 colheres de sopa de cheiro verde
1 colher de sopa de ervas finas
3 colheres de sopa de azeite de oliva
1 colher de sopa de folhas de tomilho
Sal a gosto
Pimenta biquinho para decorar

Modo de preparo: Separe as folhas da endívia e reserve. Misture em uma tigela, o frango, o iogurte, o cheiro verde, as ervas finas, o tomate, a azeitona, o azeite de oliva, o tomilho, o sal até formar uma mistura homogênea. Recheie as folhas de endívia com essa mistura, decore com pimenta biquinho e sirva.

NUGGETS DE QUINOA

Ingredientes:
200g de frango cozido (peito);
4 colheres de sopa de quinoa em flocos;
1 colher de chá de cúrcuma
1 clara de ovo;
2 colheres de sopa de água;
1 dente de alho
½ cebol
3 colheres de sopa de salsinha picada
Pimenta do reino e sal á gosto.

Modo de fazer: Bater no processador o frango cozido com os temperos e a água, até obter uma massa homogênea. Fazer as bolinhas em formato de nuggets, passar na clara de ovo e depois na mistura de quinoa em flocos com cúrcuma. colocar em uma forma untada e leva ao forno á 180˚C  por 10 – 12  minutos de cada lado ou até ficarem crocantes.

 GRISSINI COM PESTO DETOX
Ingredientes:1 pacote de grissini integral

Pesto detox:
1/2 xícara de pinoli
3 xícaras couve manteiga sem o caule
½ maço de salsinha
2 xícaras de folhas de manjericão frescos
4 dentes de alho
1/4 de xícara de azeite de oliva extra virgem
Sal a gosto

Modo de preparo: Adicione todos os ingredientes no liquidificador e bata até formar uma massa homogênea.  Sirva como acompanhamento do grissini.

Nutricionistas:
Carolina A. Figueiredo e Catharina Callil João Paiva – Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Physalis a fruta que conquista admiradores


downloadPhysalis a fruta que conquista admiradores

Envolta por um casulo de folhas finas e douradas e em formato de cálice, a Physalis (Physalis peruviana L.), é oriunda da América do Sul e tem recebido grande destaque pela sua composição nutricional, em decorrência da presença de compostos biologicamente ativos que promovem benefícios a saúde e diminuem os riscos de algumas doenças como câncer, malária, asma, hepatite, dermatite e reumatismo.1,2,3,4 Atua como hepatoprotetor, antiespasmódico, diurético, anti-séptico, antialergênico,  antiviral, vasoprotetor, sedativo e analgésico, possuindo ação antimicrobiana efetiva principalmente no tratamento de infecções de garganta e na eliminação de parasitas intestinais.2,3,5
É uma fruta rica em fitoestérois, vitaminas A, E, C, K e do complexo B, além de fornecer alguns minerais importantes como fósforo, ferro, potássio e zinco.2,5 Ela Possui ainda alto teor de fibras, sendo que a pectina atua como regulador intestinal.2 A atividade no sistema imunológico é efetivada através do fitoquímico Physalina, podendo evitar a rejeição a órgãos transplantados, além de diminuir o LDL-Colesterol e a glicemia.1,3

Pode ser consumida in natura ou processada para receitas. Como apresenta alta perecibilidade, o processamento da fruta em outros produtos (geleias, sucos e compostas) é capaz de prolongar sua vida útil, uma vez que enquanto a vida de prateleira da fruta com o cálice é de um mês, a fruta sem o cálice pode durar somente cinco dias e a manipulada em doces possui prazo de validade de até 12 meses..1,2,3,6 Há também a versão desidratada, sendo essa mais facilmente encontrada, porém pode conter menor quantidade de compostos bioativos em comparação a fruta in natura.2,3

Como a maioria é importada, seu custo pode ser elevado. O valor da embalagem de 80g pode variar entre 8 e 10 reais no comércio paulista. Porém, por se tratar de uma fruta com alto valor de mercado, alguns produtores brasileiros tem demonstrado interesse na sua produção, o que pode futuramente diminuir seu preço na hora da compra.1,7

Autora: Nutr. Carla Moura

Referências:

1-LICODIEDOFF, Silvana. Caracterização físico-química e compostos bioativos em physalis peruviana e derivados. 2012. Tese (doutorado em Engenharia de Alimentos, Setor de Tecnologia) Programa Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná.

2- IZLI, Nasmi et al. Effect of different drying methods on drying characteristics, colour, total phenolic content and antioxidant capacity of Goldenberry (Physalis peruviana L.). International Journal of Food Science and Technology, v.49, p.9–17, 2014.

3- VALDENEGRO, M et al. The Effects of Drying Processes on Organoleptic Characteristics and the Health Quality of Food Ingredients Obtained from Goldenberry Fruits (Physalis peruviana). Scientific Reports, v.2, n.2, 2013.

4- NAMIESNIK, Jacek. In Vitro Studies on the Relationship Between the Antioxidant Activities of Some Berry Extracts and Their Binding Properties to Serum Albumin. Appl Biochem Biotechnol, v.172, p.2849-2865, 2014

5- PERK, Basak Ozlem et al. Acute and Subchronic Toxic Effects of the Fruits of Physalis peruviana L. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, 2013.

6- RUTZ, Josiane K. et al. Geleia de physalis peruviana l.: caracterização bioativa, antioxidante e sensorial. Alim. Nutr. Araraquara, v. 23, n. 3, p. 369-375, jul./set. 2012.

7-IANCKIEVICZ, Alessandra et al . Produção e desenvolvimento da cultura de Physalis L. submetida a diferentes níveis de condutividade elétrica da solução nutritiva. Cienc. Rural,  Santa Maria ,  v. 43, n. 3, Mar.  2013

 

 

 

 

 

Alimentação com carne e cancer, existem verdades nisso?

1111aaaacarnednaO câncer colorretal é uma neoplasia que acomete qualquer porção do cólon e reto. De acordo com a American Cancer Society, é o terceiro mais comum entre homens e o segundo entre as mulheres. O Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima cerca de 32 mil novos casos de câncer colorretal em 2014.

Segundo o estudo European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition (EPIC), realizado em 10 países europeus, onde 520.000 pessoas foram analisadas, existe relação entre o padrão alimentar, o estado nutricional, o estilo de vida e os fatores ambientais com o surgimento de alguns tipos de cânceres. Relacionaram, também, uma dieta rica em fibras com a redução do risco de câncer colorretal, por outro lado, levantaram hipóteses sobre o risco deste câncer e o consumo de carne vermelha e carne processada.
De acordo com estudo publicado pela International Journal of Cancer, as populações que consumiam altas quantidades de carne vermelha tinham maior incidência de câncer colorretal. O consumo de carne vermelha e carne processada estão associados à formação de tumores devido aos potenciais agentes cancerígenos, tais como nitrato, nitrito, aminas heterocíclicas, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, aditivos e conservantes presentes desde o processo de conservação até o processo de cocção.
Sais de nitrato e nitrito são usados na carne para conservação, além de conferir características sensoriais aos produtos curados. O nitrito interage com os compostos nitrogenados são transformados em nitrosaminas que podem danificar o DNA levando a formação de tumores.
As aminas heterocíclicas são produzidas durante o processo de cozimento (grelhar, fritar e assar) das carnes bovinas, que junto a outros compostos presentes na carne, tais como sais, nitratos, nitritos, ferro, gordura saturada e estradiol, promovem o aumento da síntese de DNA, proliferação celular e formação dos radicais livres que levam ao surgimento do câncer.
O processo de defumar ou assar a carne faz com que hidrocarbonetos aromáticos policíclicos sejam liberados pelo carvão no momento da queima, a fumaça da queima faz com que esses hidrocarbonetos impregnem na camada externa da carne, deixando-a  potencialmente tóxica.
Em contrapartida, o relatório sobre “Alimentos, Nutrição, Atividade Física e Prevenção de Câncer”, da World Cancer Research Fund Intenational e American Institute for Cancer Research (WCRF/AICR, 2007), mostrou que o consumo de alimentos de origem vegetal rica em fibras, como cereais integrais, legumes, verduras e frutas oferecem uma medida de proteção contra este tipo de câncer. Recomenda-se o consumo de no mínimo 5 porções ou 400g/dia do grupo de origem vegetal, na qual deve-se preferir os alimentos frescos.
A WCRF/AICR, 2007 recomenda a redução do consumo de carne para menos de 500 g por semana, incluindo pouca ou nenhuma quantidade de carne processada e ao consumir carnes vermelhas deve-se dar preferência aos cortes magros com pouca gordura.

Autora: Nutr. Carolina Figueiredo

Referências:

http://www.cancer.org
http://www.inca.gov.br/estimativa/2014
RIBOLI, E. et al. European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition (EPIC): study populations and data collection. Public health nutrition, v. 5, n. 6b, p. 1113-1124, 2002.
NORAT, Teresa et al. Meat, fish, and colorectal cancer risk: the European Prospective Investigation into cancer and nutrition. Journal of the National Cancer Institute, v. 97, n. 12, p. 906-916, 2005.
ZUR HAUSEN, Harald. Red meat consumption and cancer: reasons to suspect involvement of bovine infectious factors in colorectal cancer. International Journal of Cancer, v. 130, n. 11, p. 2475-2483, 2012.
LARSSON, Susanna C.; WOLK, Alicja. Meat consumption and risk of colorectal cancer: a meta‐analysis of prospective studies. International Journal of Cancer, v. 119, n. 11, p. 2657-2664, 2006.
SHAHIDI, F.; PEGG, R. B.; SEN, N. P. Absence of volatile N-nitrosamines in cooked nitrite-free cured muscle foods. Meat Sci., Oxford, v.37, p.327-336, 1994.GENKINGER, Jeanine M.; KOUSHIK, Anita. Meat consumption and cancer risk. PLoS medicine, v. 4, n. 12, 2007.
CHAN, Doris SM et al. Red and processed meat and colorectal cancer incidence: meta-analysis of prospective studies. PloS one, v. 6, n. 6, p. e20456, 2011.
Skog KI, Johansson MAE, Jagerstad MI. Carcinogenic heterocyclic amines in model systems and cooked foods: a review on formation, occurrence, and intake. Food and Chem Toxicol. 1998;36:879-896.
Norat T, Riboli E. Meat consumption and colorectal cancer: a review of epidemiologic evidence. Nutr Rev. 2001;59(2):37-47
World Cancer Research Fund. Food, nutrition, physical activity, and the prevention of cancer: A global perspective. American Institute of Cancer Research. Washington, DC:2007.

Omega 3 dos peixes, onde encontramos o real valor?

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A suplementação com óleo de peixe ainda é controversa, porém, em termos populacionais, o consumo de peixes ricos em Omega 3, EPA e DHA pode favorecer a prevenção das doenças cardiovasculares3. A recomendação atual é que a população aumente o consumo semanal de peixes para no mínimo duas porções por semana. É estimado que em população de alto risco cardiovascular, um consumo ótimo de peixes é entre 40 e 60g por dia o que reduziria a aproximadamente em 50% a morte por doença arterial coronariana. Em um estudo sobe dieta e novo infarto do miocárdio com duração de 2 anos, a mortalidade foi reduzida em 29% entre sobreviventes de um primeiro infarto entre aqueles que receberam a orientação de consumo de peixe no mínimo de 2 vezes por semana5.

Entretanto inúmeros cientistas questionam a qualidade nutricional dos pescados naturalmente fonte de ácidos graxos EPA e DHA, especialmente o salmão proveniente de cativeiro, alimentados com rações.
O salmão de cativeiro não é um peixe produzido em nosso país e tem um custo mais elevado que outros pescados, como a sardinha que também apresenta Omega 3.
Vale a pena conferir o custo e o benefício

Quercitina e outros flavonóides na prevenção da doença cardiovascular

imagesEstudo realizado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, comprovou que o consumo diário de maça, fruta rica em quercitina, melhorou os níveis de colesterol de pacientes que faziam tratamento com estatina.

A quercetina é o flavonoide do momento e esta inserida em muitas pesquisas sobre alimentação saudável e em inquéritos epidemiológicos avaliando a sua relação adjuvante aos benefícios das estatinas – medicação redutoras de colesterol com ampla evidência científica de redução de problemas cardiovasculares. Mas, o fato da quercetina, ou de outro flavonoide, apresentar potencial efeito antioxidante não é sinônimo de que possua funções milagrosas. Há que se lembrar que diversos estudos, com milhares de pacientes, falharam em demonstrar qualquer benefício cardiovascular com a suplementação de substâncias antioxidantes.
Os flavonoides, como a quercitina, teriam uma ação de relaxamento arterial. Mas para isso, é preciso aliar altas doses de vegetais ao baixo consumo de sal e aumento da atividade física, bem como, redução da ingesta de gorduras saturadas.
Há mais de uma década, a Dieta do Mediterrâneo, que se caracteriza pela riqueza do consumo de frutas, verduras, legumes, cereais, leguminosas (grão-de-bico, lentilha), oleaginosas (amêndoas, azeitonas, nozes), peixes e azeite de oliva, mostrou ser capaz de reduzir a chance de um novo infarto e de morte em indivíduos que já haviam tido um primeiro infarto

Na realidade, uma dieta caracterizada simplesmente por um alto consumo de frutas e verduras também estaria associada a benefícios efetivos na redução da Doença Cardiovascular? Essa pergunta merece consideração à luz de estudos multicêntricos com grande número de observações.

 

Aminoácidos especiais e alimentação em atletas

imagesAtletas que têm uma carga de treinos e provas intensas, principalmente em eventos de endurance de longa duração, observa-se uma maior incidência de infecções respiratórias e urinárias, a suplementação com glutamina, um aminoácido condicionalmente essencial à função de linfócitos e macrófagos, na dose de 5 g/h durante o período de recuperação, poderia estimular as funções de imunidade celular. Recentemente alguns trabalhos em atletas de maratona, indicaram a utilização rotineira de probióticos com forma de minimizar a ocorrência de infecções do trato urinário.

Cerveja: os goles para o coração

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A cerveja, uma das bebidas mais antigas do mundo, consumida desde 6.000 a.c. pelos povos do  Egito e Mesopotânia.1, pode ser considerada a queridinha dos brasileiros, sendo a bebida mais consumida, hoje, em nosso país.

Em seu processo de fabricação encontramos quatro ingredientes básicos: a água, uma fonte de amido (cevada, sorgo, trigo, milho, arroz), lúpulo e levedura.2 Dentre estes insumos, o Lúpulo (Humulus lupulus L.)  que produz resinas e óleos, responsáveis pelo aroma e amargor característicos da cerveja, tem sido muito estudado devido as suas propriedades antioxidantes, presentes nos compostos fenólicos. 3

Alguns estudos mostram que os compostos fenólicos presentes na cerveja apontam o mesmo efeito antioxidante e cardioprotetor que o vinho e outras bebidas alcoolicas.4  Além disso há uma relação entre o consumo moderado de cerveja diminuição de fatores de risco para ateroesclerose e o aumento do HDL, “colesterol bom”.3,5,6

Com todos esse benefícios para o coração devemos lembrar que os estudos realizados foram com quantidades moderadas de cerveja.  O consumo deve ser de uma dose, o equivalente a uma lata de 350ml, para as mulheres, sendo 15g de álcool/dia,  e duas doses para os homens, sendo 30g de álcool/dia, recomenda a Organização Mundial da Saúde-OMS. 6

Autora: Nutr.Carolina Figueiredo

Referências:
)HORNSEY, Ian Spencer. A history of beer and brewing. Royal Society of Chemistry, v. 34, 2003.
MACIEL, Denis Cardoso; et al. Compostos fenólicos em diferentes marcas de cerveja: comparação qualitativa de diferentes marcas e sua relação com a saúde humana. Uniara, v. 16, n. 1, p. 41, 2013.
ARRANZ, Sara et al. Wine, beer, alcohol and polyphenols on cardiovascular disease and cancer. Nutrients, v. 4, n. 7, p. 759-781, 2012.
REGLERO, Guillermo et al. Bebida funcional cardiosaludable de vino y extractos de lúpulo. Instituto de Investigación en Ciencias de la Alimentación (CIAL), 2013.
BRIEN, Susan E. et al. Effect of alcohol consumption on biological markers associated with risk of coronary heart disease: systematic review and meta-analysis of interventional studies. BMJ: British Medical Journal, v. 342, 2011.
PEREIRA, Ana Lúcia Fernandes; VIDAL, Tatiana Fontoura; CONSTANT, Patrícia Beltrão Lessa. Antioxidantes alimentares: importância química e biológica Dietary antioxidants: chemical and biological importance. Nutrire Rev. Soc. Bras. Aliment. Nutr, v. 34, n. 3, 2009.