Açaí, o fruto que ganhou o mundo

O açaí, fruto de origem indígena, é produto do açaizeiro, espécie de palmeira que existe em toda a região da Amazônia. O Brasil é o maior produtor, consumidor e exportador de açaí, entretanto, é no Pará que está sua maior concentração natural. A culinária paraense emprega o fruto de diferentes formas, sendo amplamente consumido em forma de mingau preparado sem sal nem açúcar, acompanhando peixe, camarão, charque e farinha de mandioca. Já no Sul e Sudeste do país são mais comuns os sucos e cremes.

É um fruto extremamente nutritivo, que possui grande quantidade de fibras, além de boa fonte de vitamina E, e alguns minerais como potássio, cálcio e magnésio. Possui também alto teor de antocianinas, responsáveis pela cor roxa do fruto, que são antioxidantes com propriedades anticarcinogênica, antiinflamatória, além de auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares e neurológias. As antocianinas são encontradas também em vinhos e sucos de uva, porém a quantidade presente no açaí supera em até 10 vezes a do vinho tinto.

Outra curiosidade que vale a pena ressaltar é a respeito do valor energético do açaí, que se dá principalmente pelo seu conteúdo de lipídeos (gorduras), que correspondem a aproximadamente 70% das calorias contidas no alimento. O perfil dessas gorduras se assemelha a do azeite de oliva tendo 25% saturadas, 15% poliinsaturadas e 60% monoinsaturadas. Essa composição confunde os praticantes de exercício físico que o utilizam para ter mais energia durante o treino, entretanto nestes casos a melhor fonte são os carboidratos, presentes em pequena quantidade no fruto.

Assim como outros alimentos, o açaí é uma iguaria brasileira que ganhou fãs pelo mundo inteiro, mas não é tão fácil encontra-lo fora do Brasil. Portanto, aproveite que está no país e deguste uma preparação com açaí, saboreando seu sabor exótico e desfrutando os benefícios nutricionais.

Nutricionista Marilia Zagato

As “micro-ondas” da modernidade

Com a correria do dia a dia, nada como pegar um alimento já preparado, colocar no forno de micro-ondas, apertar os três minutos, e… Pronto! Temos uma refeição quentinha. Quanta facilidade, não? O fato da praticidade é inquestionável, mas quais serão os possíveis riscos da utilização desse aparelho à nossa saúde?
O forno de micro-ondas surgiu no Brasil em 1980, e por ser relativamente recente, existe muita controvérsia sobre seus potenciais prejuízos ao valor nutricional dos alimentos, e à saúde. Os estudos realizados ainda não são conclusivos, mas também não há relatos assegurando que o micro-ondas seja inofensivo(1).
Este eletrodoméstico funciona basicamente através da emissão de ondas eletromagnéticas que penetram na superfície dos alimentos (2 a 4 cm), e provocam atrito entre as moléculas de água, fazendo-as vibrar. Essa vibração é a responsável por gerar o aquecimento, e posterior cozimento (2).
No entanto, esse processo modifica a estrutura de determinados nutrientes, ocasionando perda dos mesmos de forma mais significativa do que outros métodos de cocção, como cozimento em água, em forno convencional, e em grelha(3). É evidente que realizar uma refeição balanceada, recém-preparada no vapor ou cozida, é a escolha mais nutritiva e saudável. Mas, infelizmente, essa prática muitas vezes, não é a realidade de boa parcela da população. Assim, se a pressa apertar e a conveniência falar mais alto, seguem algumas dicas importantes quando for necessário recorrer ao forno micro-ondas:

RECIPIENTE
Utilize somente materiais próprios para micro-ondas, como vidro, cerâmica, ou plástico específico que contenha o selo permitido. Os demais plásticos derretem com o calor e liberam substâncias altamente tóxicas, como dioxina e furano. As ondas que aquecem o alimento são refletidas pelo metal, portanto utensílios metálicos ou louça com filetes dourados/prateados podem causar acidentes.
FORMATO DO RECIPIENTE
Redondo: Uso em geral; Retangulares e Inclinados: Evite. Nas partes mais finas, como nas bordas ou lado mais baixo, pode ocorrer cozimento extra. Raso: Alimentos distribuídos uniformemente e em recipiente raso cozinham mais rápido. Anel: bolos ou pudins, uma vez que facilita a penetração das ondas nas partes superior e inferior, laterais e centro; Tampa: Lembre-se sempre de tampar o recipiente para reter o vapor; facilitar o cozimento; e evitar que o alimento espirre.
ALIMENTO
Porções menores cozinham mais rapidamente. Corte o alimento em pedaços uniformes para acelerar o cozimento. Distribua as partes mais finas voltadas para o centro do recipiente e as mais grossas para fora, onde haverá maior recepção de energia.
MATENHA DISTÂNCIA As ondas emitidas pelo micro-ondas são conservadas em seu interior pelo metal que o reveste, mas existe a possibilidade de certa dispersão. Assim, aconselha-se manter distância do aparelho em funcionamento.

OVOS
Antes de cozinhar os ovos, deve-se retirar a casca e furar a gema com um garfo, para evitar que exploda. Existem recipientes próprios para tal, mas também se pode utilizar uma xícara ou tigela de vidro, sempre tampados para não espirrar.
PIPOCA e FAST-FOOD
Certos estudos advertem que as embalagens de pipoca de micro- ondas ou de fast-foods contêm substâncias químicas, como o ácido perfluoroctanóico (PFOA), que podem gerar disfunções na glândula tireoide, e infertilidade em mulheres (4);(5). O micro-ondas provoca a evaporação do PFOA, que se adere ao alimento e se acumula no sangue, gerando toxicidade (4). Uma alternativa à pipoca é colocar milho para pipoca numa vasilha grande e funda de vidro, com uma colher de sopa de água filtrada. Tampe e leve ao micro-ondas por 3 a 5 minutos (dependendo da potência).

RECOMENDAÇÕES DO INMETRO: Não ligue o forno de micro-ondas se ele estiver vazio. Recomenda-se a utilização de um copo com água no seu interior quando ele não estiver em uso, caso o forno seja acionado acidentalmente; Não utilize o forno se a dobradiça, o trinco ou a vedação da porta estiverem danificados; Use sempre luvas térmicas para retirar os alimentos de dentro do forno para evitar queimaduras; Alimentos com pele, casca ou membrana, como tomate, batata, salsicha, pimentão, etc., devem ser perfurados com um garfo antes de irem ao forno, pois poderão explodir; Embalagens totalmente fechadas não devem ser aquecidas no forno, pois poderão explodir; Alimentos com pouca umidade, como amendoim, pão, etc., não devem ficar muito tempo dentro do forno, pois poderão inflamar-se. Se isso acontecer, retire o plugue da tomada e mantenha a porta do forno fechada até que a chama se apague; Não coloque qualquer objeto entre a porta e o batente do forno, nem permita que resíduos de alimentos ou outros detritos acumulem-se nas superfícies das travas de segurança para não prejudicar a vedação do forno; Quando aquecer alimentos para bebês e crianças, como mamadeiras, por exemplo, certifique-se de que a temperatura do alimento esteja adequada antes de servi-lo, evitando o risco de queimaduras; No aquecimento de líquidos, é possível que ocorra o fenômeno da erupção retardada, ou seja, alguns segundos após o término da operação, o líquido pode entrar em ebulição, em função do choque térmico, espirrar e causar queimaduras; O prato giratório faz parte do seu forno micro-ondas, e não deve ser retirado. Ele é de vidro temperado e pode ser retirado para lavar.

Autora: Nutr. Tatiana Sadalla Collese

REFERÊNCIAS:
MICHAELSON, S. Health implications of exposure to radiofrequency /microwave energies. International Journal of Industrial Medicine, 1982; 39(2). Acesso em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1008955/pdf/brjindmed00058-0001.pdf

SUN, T; JIANG, B; PAN, B. Microwave Accelerated Transglycosylation of Rutin by Cyclodextrin Glucanotransferase from Bacillus sp. SK13.002. International Journal of Molecular Science. 2011; 12 (6). Acesso em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3131590/pdf/ijms-12-03786.pdf

ROSA, F; et al . Efeito de métodos de cocção sobre a composição química e colesterol em peito e coxa de frangos de corte. Ciênc. agrotec. Lavras; 2006; 30 (4). Acesso em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-70542006000400017&lng=en&nrm=iso&gt;.

CHICHIZOLA, C; et al. Disruptores endócrinos y el sistema reproductive. Revista Bioquimica y Patologia Clinica. 2009; 73 (3). Acesso em: http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/651/65121026002.pdf

D’EONAND, J; MABURY, S. Production of Perfluorinated Carboxylic Acids (PFCAs) from the Biotransformation of Polyfluoroalkyl Phosphate Surfactants (PAPS): Exploring Routes of Human Contamination. Environ. Sci. Technol. Toronto, Canadá, 2007; 41, p. 4799-4805. Acesso em: http://www.chem.utoronto.ca/coursenotes/CHM310/notes/Deon_n_Mabury_ES&T.pdf

BRASIL. Inmetro: Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Forno de Microondas. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/microondas.asp#&gt;. Acesso em: 03/09/2012.

Entendendo a beleza, o sabor e o aroma das Flores Comestíveis

ImageAs flores comestíveis, cada vez mais assíduas nos cardápios, proporcionam beleza, sabor e aroma às preparações. Chefs de cozinha de vários países utilizam este recurso em criações gastronômicas para surpreender seus clientes. Embora pareça estranha essa utilização, lembramos que algumas flores são de consumo habitual como brócolis, couve-flor e alcachofra; a novidade fica para as flores consideradas, anteriormente, apenas ornamentais. Dentre elas podemos destacar: Amor-perfeito, Hibisco, Borago, Capuchinha, Calêndula, Flor de Cebolinha, Rosa, Flor da Abobrinha, Violeta e Lavanda.

Utilizadas em saladas, sopas, doces, sorvetes, no interior de cubos de gelo das bebidas, e onde mais a criatividade permitir, é importante que a aquisição das flores seja cuidadosa e selecionada, uma vez que existem alguns tipos que possuem substâncias tóxicas e não devem ser utilizadas na alimentação de forma alguma. Portanto, para garantir a qualidade, não procure floriculturas (suas flores recebem pesticidas), mas sim produtores específicos ou supermercados, e verifique as embalagens, pois normalmente possuem uma certificação (selo) de alimento orgânico.

Conheça como utilizar as flores em diferentes preparações:

Capuchinha: possui um sabor levemente picante e acre e muito utilizada em saladas. As flores podem ser consumidas recheadas com queijo e cebolinha. Suas sementes também são comestíveis e lembram o sabor de alcaparras.

Calêndula: sua utilização deve-se mais a coloração, amarelo-alaranjada, que ao seu gosto, que lembra levemente o açafrão. As pétalas combinadas com as folhas são bons aromatizantes para bebidas.

Borago: pode ser utilizada in natura em saladas, ou levemente cozida em algumas preparações.

Amor-perfeito: possui aroma suave e sabor ligeiramente adocicado e, por isso, é muito utilizada em xaropes e licores. Também é boa opção para complementar saladas, decorar sobremesas e enfeitar pratos.

Hibisco: tem coloração avermelhada e gosto ácido, ótima para a preparação de geleias e doces.

Flor de cebolinha: excelentes para dar sabor e um toque acebolado.

Rosa: as pétalas dão um toque especial aos doces em calda e geleias. Podem também ser utilizadas em saladas de fruta ou molhos com frutos do mar.

Nutr.: Marilia Zagato

Chia: de semente nutritiva a alimento milagroso

A chia, um alimento de elevado valor nutricional, passou a ser indicada como alimento que previne doenças, ajuda a emagrecer e diminui a absorção de gordura. Será que todas essas alegações são realmente verdadeiras? Seria a chia um alimento milagroso? Imagem

A perda de peso está relacionada à alimentação saudável e prática de exercícios físicos, desta forma, não há alimentos mágicos que possuam este efeito. A chia, por conter fibras solúveis, tem grande capacidade de aumentar seu volume, dando a sensação de saciedade e diminuindo a velocidade do esvaziamento gástrico, ou seja, faz comer menos e demorar mais para sentir fome. Entretanto, não há comprovação de que seja responsável pela perda de peso. Da mesma forma, muito se fala a respeito da sua influência no controle do diabetes, de neoplasias (câncer) e dislipidemias (alterações no colesterol e triglicérides), mas essas ações ainda precisam de maiores investigações.

O que podemos afirmar, de fato, é que a chia possui importantes propriedades nutricionais como o elevado teor de proteínas de alto valor biológico, de fibras alimentares e de alguns minerais como cálcio, magnésio e potássio. Assim, por que não pensar em utilizar a chia nas preparações do dia a dia? Encontrada na forma de farinha, grão ou óleo, pode substituir ingredientes menos saudáveis, sem alterar o sabor da receita, como em bolos ou pães.

Inclua a chia na sua alimentação e aproveite seus benefícios.

Nutr: Marilia Zagato

Cappuccino: a bebida dos frades

O cappuccino, uma bebida típica da Itália, tem em seu nome a referência aos frades Capuchinhos. A história de sua criação, considerada por muito, uma lenda, conta que em 1683, durante a invasão Otomana em Viena, Marco d´Aviano, que pertencia à ordem dos frades Capuchinhos, teve importante participação na vitória cristã. Após a desocupação, segundo a lenda, os turcos deixaram sacos de café para trás. Os vienenses acharam aquele líquido muito amargo e forte, e por isso adoçaram com mel e leite. Esta bebida foi chamada cappuccino, em homenagem a Marco d´Aviano – os frades receberam este nome pelo hábito com capuz e a bebida por sua cor, que lembra a do hábito.

Na verdade, as referências para seu surgimento datam do início de 1900 na Itália, e foi popularizado ao mesmo tempo em que as máquinas de café expresso foram disseminadas nos cafés e restaurantes.

O cappuccino tradicional consiste de três partes: a primeira de expresso, seguido de quantidade similar de leite quente e, na parte superior, espuma de leite (leite vaporizado). Como servido na Europa e Coffeehouses artesanais, seu volume tem aproximadamente 150ml. O preparo do cappuccino requer muita técnica, pois fatores como temperatura do leite e dose do expresso, podem influenciar muito no resultado final.

Em algumas ocasiões, no topo da bebida pode ser salpicada raspas de chocolate, canela ou outras especiarias. No Brasil, é comum a adição de chocolate em pó, ou mesmo do chocolate em barra derretido, entretanto, foge da receita original.

Autora: Nutricionista Marilia Zagato

 

Alimentação e exercício físico, qual a relação que existe na prevenção da Osteoporose ?

A osteoporose é uma doença caracterizada por diminuição da massa óssea, levando à fragilidade do osso e aumentando o risco de fraturas.

Os riscos que influenciam a manifestação da osteoporose podem ser relativos à pessoa (individuais) ou do ambiente que ela vive (ambientais).
São considerados fatores de risco individuais a história de casos de osteoporose na família, mulher branca, presença de escoliose, indivíduos magros, tipo constitucional pequeno e aparecimento prematuro de cabelos brancos.
Representam fatores ambientais o álcool e o cigarro, cafeína, sedentarismo, alimentação inadequada, múltiplos partos, ausência da menstruação por prática excessiva de exercícios, menopausa precoce, doenças no sistema endócrino e dieta rica em fibras, proteínas e sódio (diminuem a absorção de cálcio).

Embora alguns resultados sejam contraditórios, diversas pesquisas não deixam dúvidas quanto aos efeitos benéficos da atividade física sobre o tecido ósseo, tanto em indivíduos normais quanto na prevenção e tratamento da osteoporose. Os exercícios físicos, quando praticados nas fases de crescimento e de desenvolvimento, determinam ganho de 7 a 8% de massa óssea no indivíduo adulto, reduzindo consideravelmente os riscos de fratura na idade avançada.

Algumas pesquisas demonstraram que exercícios com carga de peso moderada como caminhadas, cooper, promovem aumento do conteúdo mineral nos ossos de mulheres na pós-menopausa. Ao contrário, observou-se que quando submetidas a exercícios físicos de baixa carga de peso como natação, que são satisfatórios no condicionamento cardiovascular, mas não promovem alteração no conteúdo mineral do esqueleto.
Além disso, também é comprovado que os exercícios físicos, com carga de peso moderada, ajudam na manutenção ou no ganho de massa óssea em mulheres na pós-menopausa.

Independentemente da atividade física praticada, indivíduos com maior força muscular e maior massa magra, podem possuir maior conteúdo mineral ósseo. A determinação de qual o tipo de atividade física seja a ideal para aumentar o pico de massa óssea na adolescência, ou mesmo mantê-la após a idade adulta, é muito importante para a prevenção e o possível tratamento da osteoporose, cuja incidência ocorre principalmente em mulheres pós-menopausadas.
Outro aspecto a ser considerado deve ser a associação do conteúdo mineral ósseo com a força muscular e a composição corporal, sugerindo que a prescrição de um treinamento que vise melhorar esses parâmetros pode ter um efeito benéfico no conteúdo mineral ósseo.

No enfoque nutricional a indicação de alimentos ricos em Cálcio como leite derivados e frutos do mar, bem como a adequada ingesta de Vitamina D, deve ser uma prática corrente no dia a dia das atividades em alimentação.Nutricionista Dra. Michele Trindade
Fontes:
– National Osteoporosis Foundation. Osteoporos Report. 1999; 5(2).
– Oscarino NM, Serakides R. Efeito da atividade física no osso normal e na prevenção e tratamento da osteoporose. Rev Bras Med Esporte. 2006; 12(3):165-168.
– Cadore EL et al. Efeitos da atividade física na densidade mineral óssea e na remodelação do tecido ósseo. Rev Bras Med Esporte. 2005; 11(6):373-379.

 

A dupla dinâmica: Cravo e Canela

Poderosa, mas comumente esquecida, a dupla cravo e canela reserva benefícios além do que muitas pessoas imaginam…
Ambas as especiarias têm origem milenar, e são nativas do Oriente. Cogita-se utilizá-las para a conservação de alimentos, já que possuem atividade antioxidante e antimicrobiana. Essa ação antioxidante e anti-inflamatória atribuída ao cravo e à canela é estudada como provável auxiliar no tratamento de várias doenças como a síndrome de ovário policístico, obesidade e esclerose múltipla.
Além de ser fonte de fibras e minerais como manganês, ferro e cálcio, a canela reduz a velocidade em que o açúcar é liberando no sangue, controlando a glicemia, e beneficiando especialmente os pacientes diabéticos tipo II. Certos estudos sugerem que essa especiaria também pode reduzir o colesterol e triglicérides; diminuir a proliferação de células cancerígenas como leucemia e linfoma; aliviar dores musculares e de artrite;eauxiliar no tratamento de doenças respiratórias. Para os preocupados com o surgimento de rugas, segundo publicação do Journal of Agricultural and Food Chemistry em 2012, o extrato de canela ainda facilita a biossíntese de colágeno, importante proteína que confere firmeza e elasticidade à pele.
Vale lembrar que essas iguarias devem ser utilizadas apenas como coadjuvantes, e não como terapia principal, e que uma colher de chá por dia já é suficiente. Evite exageros! Aproveite para combinar os benefícios ao sabor adocicado e aroma que essa dupla possui, adicionando ao café, frutas, preparações doces ou salgadas… Use a criatividade!

Nutricionista Tatiana Sadalla Collese

O desmatamento e outros processos de destruição de florestas começaram com o azeite….

O azeite de Oliva talvez tenha sido a primeira commodity da história da humanidade.

Em inúmeros textos relaciona-se o comércio de óleo de oliva como um importante agente econômico de integração entre os povos mediterrâneos. As terras próximas a costa do mediterrâneo, abrangendo a região do sul da Espanha, rodeando a Ásia e a África até o Marrocos possuem grandes áreas de plantações de oliveiras, ou mesmo vestígios arqueológicos da utilização dessas terras no comércio de óleo de oliva.

As oliveiras possuem características perfeitas para essa região de solos íngremes e pedregosos e como períodos de secas.

Com o crescimento do consumo de óleo de oliva pelas populações, seja na culinária, na iluminação, cosmética  e produção de remédios, a exportação por meio de uma imensa rede de barcos, tornou-se um dos mais rentáveis produtos agrícolas, retornando aos países produtores valores consideráveis em divisas ou permuta por outros produtos.
No entanto, o crescimento do consumo conduziu a necessidade da ampliação das áreas de cultivo, desencadeando desmatamento e o desenvolvimento de uma monocultura agrícola comercial de intensa força comercial.

As matas nativas da costa mediterrânea eram compostas de bosques e plantações de cereais, tipificados por raízes fibrosas que mantinham as terras úmidas e coesas na superfície. As oliveiras possuem raízes longas que buscam água em camadas profundas, levam o solo a uma condição de aridez, impossibilitando o replantio de árvores e cereais.

Países como a Grécia, até hoje sofrem pelo desmatamento e monocultura, por outro lado, regiões da Espanha devem grande parte do crescimento comercial ao chamado “ouro verde”.

Vida e morte do azeite de Oliva

O azeite de Oliva possui uma característica peculiar que é a resistência a oxidação, essa barreira a oxidação é proporcionada pela estrutura reduzida em duplas ligações, o azeite possui muita gordura monoinsaturada, quase nada de gordura saturada e um pouco de polinsaturada.

O óleo de oliva não deve ser conservado por longo tempo, mas em comparação com outros óleos é o que possui maior vida média.
Um agravante para a longevidade do óleo de oliva é a composição em antioxidantes derivados do suco da azeitona, quanto mais virgem, maior a presença desses componentes naturais.
Os polifenóis e as vitaminas, principalmente a E e K, que advém do suco das azeitonas podem reduzir a vida média do óleo de oliva, são um atributo de qualidade que deve ser procurado, mas cuidado em estoca-lo, mesmo longe da luz, possui Vida curta.
Dessa forma, não guarde, use e aproveite as vantagens culinárias do azeite de oliva.

Entendendo a diferença entre gorduras e óleos

Gorduras e óleos são conhecidos como triglicerídeos, compostos de uma molécula de glicerol (também chamada de glicerina) e três moléculas de ácido graxo.
A molécula de triglicerídeo pode ter todas as moléculas de ácido graxo semelhantes ou ter várias combinações, sempre com três moléculas de ácido graxo.
Desta forma, as gorduras e óleos sempre tem a mesma parte de glicerol, variando as estruturas dos ácidos graxos.

Acido graxo saturado é aquele que não possui dupla ligação, já os insaturados possuem a possibilidade de incorporar hidrogênio (H) em alguma dupla ligação, podem ser polinsaturados ou mesmo monoinsaturados.
Quase todos os ácidos graxos possuem número par de átomos de carbono.

Em nutrição e alimentação, a diferenciação entre óleos e gorduras se faz pela estrutura mais sólida ou liquida.
Os óleos derivam de ácidos graxos com estruturas insaturadas. Essas são mais curvas e resistem pouco a ação da temperatura, são mais líquidos visualmente.
As gorduras, geralmente ácidos graxos de origem animal, são sólidas a temperatura ambiente, característica derivada de estruturas lineares e facilmente compressivas, necessitando de maior energia para se desfizer.

Na área da saúde os óleos e as gorduras surgem, aos leigos, mesclados nominalmente ao colesterol e a outras denominação como bom colesterol (HDL – High density lipoprotein) e mau colesterol (LDL – Low density Lipoprotein).
Uma lipoproteína é uma substância originária da junção química do Colesterol, ao triglicerídeo e a proteína.
As lipoproteínas de alta densidade, chamadas de “boas”, transportam o colesterol circulante na corrente sanguínea ao fígado. As lipoproteínas “más” fazem o caminho inverso, transportam o colesterol do fígado para as células, principalmente células recém-formadas ou em crescimento, são substratos para formação de membranas ou produção de outras substâncias, como hormônios.

O risco de desenvolvimento das doenças cardiovasculares pode estar, entre outros fatores, relacionado à concentração a concentração sérica do Colesterol e das lipoproteínas.
Os ácidos graxos poli saturados reduzem o colesterol total, no entanto reduzem a relação HDL/LDL, um fator ruim para a prevenção da doença cardiovascular.
Os ácidos graxos saturados monoinsaturados, reduzem o colesterol sérico e aumentam a relação HDL/LDL, por esse motivo seriam os melhores na prevenção das doenças cardiovasculares.
Os grandes vilões, os ácidos graxos saturados exibem algumas variações na aspecto de elevação do LDL. O ácido Palmítico (16 átomos de carbono) e o Láurico (12 átomos de Carbono) seriam os piores na elevação do LDL. Já os óleos tropicais, originários do coco e do dendê, elevam o Colesterol mas também o HDL, com menor atividade de risco para a doença cardiovascular.